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Velório com caixão aberto de padre que morreu de covid-19 será apurado pela Sesa

Para o velório do padre Fernando Antônio, segundo a Arquidiocese, o hospital emitiu um documento para que pudesse ser feito com caixão aberto

Foto: Reprodução / Instagram

Quem acompanhou a despedida do padre Fernando Antônio Silva de Souza, de 37 anos, que morreu em decorrência da covid-19, deve ter notado e estranhado o fato do caixão estar aberto durante as cerimônias fúnebres, realizadas na Catedral de Vitória e na Igreja Matriz de Viana.

De acordo com a Portaria da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) Nº 049-R, de 26 de março de 2020, os funerais de pessoas vítimas da covid-19 devem ser realizados com o menor número de pessoas possível, preferencialmente os familiares mais próximos, para reduzir a possibilidade de transmissão da doença. Também devem ser evitados contatos físicos entre os participantes do funeral.

No caso do padre Fernando Antônio, o velório foi aberto ao público e aconteceu durante toda a noite, na Catedral de Vitória. Agora, a Sesa informou que irá verificar, junto ao serviço de saúde que atendeu ao sacerdote, as condições do paciente para emitir parecer quanto a permissão de abertura do caixão no funeral.

De acordo com a Arquidiocese de Vitória (AVES), os médicos que acompanham a evolução da doença, confirmado que após 20 dias não existe mais perigo de contágio, podem emitir uma autorização para que o velório seja feito com caixão aberto.

Para o velório do padre Fernando Antônio, segundo a Arquidiocese, o hospital emitiu um documento para que pudesse ser feito com caixão aberto, argumentando que o início dos sintomas já tinha mais de 20 dias, pois começaram em 31 de maio.

A Igreja esclareceu ainda que sempre que o paciente morre após 20 dias de sintomas, o laudo é emitido. As informações sobre o laudo do padre Fernando são da Dra. Juliana Cosme, médica plantonista da UTI do Hospital Santa Rita, que acrescentou sobre a necessidade surgida para emissão do documento:

“A Declaração de Óbito é emitida como causa de morte a covid-19, por isso há necessidade do laudo confirmando que o paciente já estava fora do isolamento por ocasião da morte”, explicou.

A Arquidiocese lembrou também da morte do padre Kleber dos Santos Junior, ocorrida em fevereiro deste ano, pela mesma causa. Na ocasião, não foi permitido abrir o caixão e nem fazer velório. "A decisão, quando as circunstâncias permitem, ameniza a dor", citou a publicação da Igreja.

Recomendações

A Sesa destacou que, em casos de velório de vítimas da covid-19, é fundamental que pessoas de grupos vulneráveis (crianças, idosos, grávidas e pessoas com imunossupressão ou doença crônica) não participem, bem como aquelas que apresentam sintomas respiratórios.

No local do velório devem ser disponibilizados água, sabonete líquido, papel toalha e álcool gel a 70% para higienização das mãos.

A Sesa recomenda a todas as pessoas que participaram das cerimônias fúnebres do padre que, a partir de 72 horas, realizem o exame de RT-PCR para detectar ou descartar a presença do vírus.

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