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Restauração do Mercado da Capixaba deve começar em 2022

Obra em prédio de 1926 foi avaliada em quase de R$10 milhões; a expectativa é que o edital, em fase de elaboração, seja lançado ainda no segundo semestre deste ano

Nadine Silva Alves

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução

Após anos de idas e vindas em torno da reforma do Mercado da Capixaba, a novela agora pode ganhar novos capítulos. Após um trabalho em conjunto entre as Secretarias de Desenvolvimento da Cidade e Habitação, Cultura e de Obras de Vitória,  foi apresentado o projeto final de revitalização do local. A restauração do prédio, construído em 1926, foi avaliada em R$ 9,7 milhões.

A expectativa é que o edital, ainda em fase de elaboração, seja lançado já neste segundo semestre de 2021 e o processo de licitação seja concluído até o final do ano.

"A partir dessa integração das secretarias, foi possível tirar dúvidas, esclarecer o processo com a comunidade do Centro de Vitória em reunião virtual e finalizarmos detalhes técnicos como a parte elétrica e hidráulica. Acreditamos que em 2022 as obras já sejam iniciadas", disse o secretário de Desenvolvimento, Marcelo Oliveira.

Ele ressaltou que por se tratar de um prédio com mais de 95 anos de história, toda intervenção estrutural irá demandar um cuidado especial para que paredes e colunas sejam preservadas. Para isso, paralelo ao edital, um documento de matriz de risco está sendo confeccionado para delimitar os pontos mais sensíveis da estrutura. 

"É como restaurar uma obra de arte! É preciso todo um cuidado. Não é uma reforma comum onde você quebra tudo e começa do zero. É preciso obedecer o laudo técnico de conservação. Nossa ideia é restaurar e conservar a história do Centro", explicou o secretário.

Conclusão da reforma

Sobre a duração das obras e quando o espaço estará disponível para atender o público, Marcelo Oliveira não soube precisar, mas destacou que o edital trará a data prevista para a conclusão das obras. 

Além disso, a Secretaria de Desenvolvimento irá fazer uma licitação que engloba todo o acompanhamento da reforma para a redução de riscos, como a não entrega ou desvio do projeto original.

"É uma das nossas primícias acompanhar e reduzir ao máximo qualquer tipo de risco de atraso ou não conclusão do serviço contratado", destacou. 

Veja como irá ficar o Mercado Capixaba:

Divulgação/ Prefeitura de Vitória
Divulgação/ Prefeitura de Vitória
Divulgação/ Prefeitura de Vitória

Audiência pública com moradores do Centro

Para definir detalhes da reforma, a Prefeitura de Vitória realizou uma audiência pública com representantes da Associação de Moradores do Centro (AmaCentro) e de outras regiões da Capital.

O presidente da AmaCentro, Lino Feletti, lembrou que mais de 120 pessoas participaram da reunião online, feita em março, e segundo ele, poucas sugestões foram feitas.

"As pessoas entendem que é um processo técnico, que é uma retomada do que já tinha. A sociedade civil vê como necessárias as mudanças e aceitou a reforma do espaço", frisou Lino.

O presidente da associação ressaltou ainda que o diálogo para reforma tem sido constante, aberto e espera outras reuniões para definir como o espaço será utilizado.

"Estamos na expectativa que isso aconteça. Da mesma forma que fomos ouvidos sobre a restauração, esperamos decidir também sobre a disponibilidade e gerenciamento do espaço. Desejamos participar ativamente para ajudar a construir algo de bom para Vitoria", pontuou Lino.

Em relação a isso, o secretário Marcelo Oliveira adiantou que conversou com a população primeiramente sobre a reforma e futuramente outra reunião será feita para dialogarem sobre a distribuição do espaço.

"Foi combinado na audiência pública que assim que o edital for publicado, nós iremos abrir o processo de discussão para definir o uso do local, o que será comercializado, o que a comunidade quer que seja comercializado", afirmou o secretário.

Após a reforma e início das atividades, a expectativa da Prefeitura é abrir um processo de concessão, ou seja, uma empresa será responsável em administrar, fiscalizar e acompanhar o funcionamento do prédio.

Prédio acessível 

Apesar do projeto de revitalização resgatar as questões originais do Mercado da Capixaba e manter o patrimônio histórico, Marcelo ressaltou que uma das preocupações é tornar o prédio mais acessível.

"Em 1926 não tinha essa preocupação, então a nossa ideia é entregar um prédio acessível, com rampa, banheiros adaptados, que ficarão localizados na saída que dá para a Avenida Jerônimo Monteiro", esclareceu.

Quando pronto, o mercado terá 18 lojas, três a mais do que a estrutura de 1926. 


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