Malária no es

Geral

Ministério da Saúde envia medicamentos para combater surto de malária no ES

Secretaria estadual de Saúde recebeu mais de 3 mil comprimidos e cerca de 1.200 medicamentos injetáveis, que já foram levados para Vila Pavão, município da região noroeste capixaba que concentra o maior número de registros da doença

Milhares de medicamentos enviados pelo Ministério da Saúde chegaram à Vila Pavão de helicóptero neste sábado | Fotos: Fred Loureiro/Secom-ES

A secretaria estadual de Saúde (Sesa) enviou por helic´optero neste sábado (4) a medicação recebida do Ministério da Saúde para combater o surto de malária na região noroeste capixaba. O município de Vila Pavão, onde o surto teve início e que tem o maior número de casos, foi o destino dos medicamentos.

Ao todo, são 3.040 comprimidos e 1.199 frascos de medicamentos injetáveis para o tratamento dos pacientes. Até o momento, há 36 casos confirmados de malária na região. Dentre eles há um óbito e um paciente internado. Os demais estão sendo acompanhados em casa.

Ação Conjunta

O secretário da Saúde, Ricardo de Oliveira, esclareceu que o Estado está realizando uma ação conjunta com os municípios. “As equipes da Sesa e da nossa Superintendência Regional já estavam trabalhando lá em conjunto com os municípios um dia depois do anúncio do primeiro caso", disse ele. O surto foi descoberto na última quarta (1). Ele lamentou o óbito ocorrido e afirmou que a ação rápida evitou mais mortes.

São mais de 3 mil comprimidos e quase 1.200 medicamentos injetáveis

A expectativa do secretário agora é a de que o surto fique restrito àquele território. “Não temos nenhum motivo, até agora, pra achar que esse surto de malária, que tem como centro Vila Pavão, seja um surto que se espalhe pelo Estado. Pelo contrário, não há nenhum motivo de pânico para a população”, enfatizou.

Origem

A hipótese mais provável é a de que alguém infectado transmitiu a doença vindo de fora, porque o parasita que foi encontrado nas amostras de sangue dos pacientes  não existe no Espírito Santo. “Tem na região amazônica, no Norte do país", informou. A Sesa investiga qual foi o "marco zero", ou seja, o primeiro caso a partir do qual se deu a transmissão, a fim de validar a hipótese.

A equipe da Sesa já identificou que o parasita presente nos casos diagnosticados é o Plasmodium falciparum, uma espécie mais agressiva do que as demais e que não é encontrada no Espírito Santo. 

O secretário de saúde de Vila Pavão, Cláudio da Cruz Oliveira, disse que uma equipe está presente nas localidades de Conceição do 15 e Praça Rica, focos principais, realizando o bloqueio e aplicando inseticida dentro e fora das casas. “Hoje foi o fumacê também", completou. 

Malária

A doença é causada por parasitas do gênero Plasmodium, que são transmitidos ao homem pela picada da fêmea infectada do mosquito Anopheles.

A maioria dos casos se concentra na região amazônica (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), área endêmica da doença. 

Deve-se suspeitar de malária quando o paciente está com febre e esteve em alguma região, no Brasil ou no exterior, com transmissão de malária; nos moradores ou visitantes de áreas rurais onde existe Mata Atlântica; e ainda em pessoas que moram em áreas rurais no Norte do Estado e apresentem doença febril sem causa aparente, pois nesta região ocorre um fluxo migratório contínuo de pessoas da região amazônica.

Equipe da Sesa investiga como surgiu o surto no ES

A doença começa com febre e fraqueza e se desenvolve com dor de cabeça, dor no corpo, calafrios, acompanhados por dor abdominal, dor nas costas, tontura, náuseas e vômitos. Nestes casos, os profissionais de saúde devem questionar o paciente se ele esteve no município de Vila Pavão recentemente (ou em alguma área de transmissão da doença) ou se entrou em contato com alguém que reside ou que esteve na localidade. Para a população, a orientação é buscar atendimento imediatamente se começar a apresentar um destes sintomas.

Saiba mais

A malária pode evoluir para forma grave e até para óbito, mas a doença tem cura se for tratada em tempo oportuno e adequadamente. Os sintomas da malária não aparecem de imediato. Eles surgem depois de transcorrido o período de incubação, que é o tempo compreendido entre a penetração do parasita no organismo e o aparecimento dos primeiros sintomas – o que pode levar de 7 a 14 dias, em média, podendo chegar até 60 dias. Após esse período, a pessoa começa a sentir os sintomas. O tratamento é feito com remédios e dura de dois a sete dias.

Não há vacina contra malária, mas existem várias medidas de proteção individual que podem ser adotadas pela população para reduzir a possibilidade da picada do mosquito transmissor da doença, como usar repelente; usar cortinados e mosquiteiros; usar telas em portas e janelas; evitar frequentar locais próximos a criadouros naturais de mosquitos, como beira de rio ou áreas alagadas ao final da tarde até o amanhecer; usar calças e camisas de mangas compridas e cores claras.

*Com informações da Sesa.

Pontos moeda