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Capixaba morto por tubarão nos EUA oficializaria noivado no final deste ano

Segundo a família, o jovem estava em Massachusetts em busca de nova oportunidade de vida

Redação Folha Vitória

O capixaba Arthur Medici, de 26 anos, morto após um ataque de tubarão, em Newcomb Hollow Beach, em Revere, Massachusetts (EUA), estava prestes a noivar. O jovem iria oficializar seu noivado no final deste ano, segundo a tia dele, Márcia Medici. A família recebeu a notícia da morte do jovem no dia da tragédia, que aconteceu no último sábado, 15.

"Recebemos a notícia arrasados no mesmo dia em que aconteceu. Os pais não têm condições de falar com ninguém, estão muitos abalados. Ainda estamos sem acreditar nessa situação toda. Ele era um jovem muito ativo e queria se casar. Estava prestes a oficializar o noivado dele neste final de ano. Era o plano dele", afirma Márcia.

Na hora do fato, o capixaba estava na praia com o cunhado e a noiva, uma americana que faz o curso de medicina numa faculdade do Estado. Foi o irmão dela quem conseguiu resgatar Arthur da água, mas ele já chegou ao hospital de Cape Cod sem vida.

O brasileiro também era surfista e usava o local para a prática esportiva, assim como outros jovens. Na hora do ataque, o local estava bastante movimentado. A praia fica próxima à casa de Arthur e era sempre frequentada por ele.

De acordo com a tia do surfista, ele estava em Massachusetts havia quatro anos sob os cuidados de uma outra tia. O jovem é de Vila Velha, e resolveu se mudar para os Estados Unidos em busca de uma nova oportunidade de vida, estudos e trabalho. Ele fazia faculdade de engenharia, sonho que tinha desde pequeno.

"Ele queria fazer engenharia e foi para lá, onde estava a minha irmã. Já fazia quatro anos. Tudo aconteceu muito rápido. A vontade dele era ficar de vez. Acabar a faculdade trabalhando na área e morar no país", conta a tia.

O corpo do jovem será trazido para o Espírito Santo na próxima sexta-feira, 21, e velado em uma igreja evangélica no Centro de Vila Velha. Ainda não se sabe o local exato, nem o horário. Alguns amigos fizeram uma "vaquinha online" a fim de arrecadar dinheiro para ajudar no custeio do traslado do corpo do estudante.

Tubarão branco

Autoridades policiais que investigam a morte do brasileiro acreditam que o grande tubarão que atacou o jovem era do tipo branco. A informação é do jornal The New York Times.

Esse seria o segundo ataque em um mês na mesma praia. O primeiro foi a um idoso de 61 anos, no dia 15 de agosto. Ele foi mordido na perna, lutou com o animal e conseguiu sobreviver. A morte de Arthur foi a primeira registrada na região em 82 anos.

Pai faz homenagem em rede social

O brasileiro Arthur Medici, de 26 anos, morto após ataque de tubarão na praia de Newcomb Hollow em Cape Cod, parque nacional de Massachusetts, nos Estados Unidos, no sábado, 15, recebeu uma homenagem do pai nas redes sociais. Sensibilizado, Itamar Medici publicou várias imagens do filho e relatou no Facebook que "está sem vontade de viver e nada tem significado".

"Filho....vc me deixou! Estou sem chão e sem vontade de viver. Agora nada tem significado pra mim, pois esse Deus me tirou a razão do meu viver e minhas lágrimas estão secando. Estava lutando pra te dar tudo e agora... pra quem vai ficar o que estava sendo guardando pra vc. Não tenho vontade de mais da vida pois nada mais faz sentido... eu te amo por toda a eternidade!", escreveu.

Arthur Medici morava em Revere, em Massachusetts, onde estudava Engenharia. A família do estudante, de Vila Velha (ES), organizou um financiamento coletivo online para arcar com os custos do traslado do corpo. Até o final da manhã desta segunda-feira, 17, a campanha já havia arrecado US$ 26.356 (R$ 109 mil), mais que a meta estipulada.

No site do financiamento coletivo, familiares agradeceram as colaborações. "Gostaria de agradecer a todos que ajudaram com as contribuições. Todos os gastos serão no levar do corpo do Cape Cod para Boston, e até a funerária local para receber todos os tratamentos necessários, e finalizando com o culto fúnebre ainda nos EUA, seguindo logo após com o transporte do corpo até o destino final em Vitória no ES (com uma escala no Rio de Janeiro). Lá todo procedimento será repetido (exames, troca de caixão, culto fúnebre e sepultamento). Gostaria que as famílias continuassem em suas orações para que nós possamos continuar prosseguindo."

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