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Moradores de Linhares são alertados sobre risco de rompimento de barragem

Possível rompimento pode gerar uma onda de 40km/h, segundo estudos, o que colocaria a vida dos moradores do município em risco

As barragens estão elevando o nível das lagoas e já alagaram as casas de cerca de 50 famílias

Cerca de 80 moradores de Linhares foram informados, por meio de uma audiência pública,  sobre os riscos e os trabalhos realizados na Barragem do Rio Pequeno e o Plano de Contingência elaborado para resguardar a integridade das famílias no decorrer das obras emergenciais no local. 

Além das casas alagadas, há o risco de rompimento das barragens emergenciais. Esse, inclusive, foi um dos pontos tratados durante a apresentação feita pelo representante da empresa Aecom, que fez um acordo com o Ministério Público Estadual para fazer uma auditoria no processo. 

A empresa alertou que, caso haja um rompimento da barragem durante as obras, a ação ocasionaria uma onda de 40km/h, causando um dano inestimável.

O evento aconteceu na sala do Tribunal do Júri da cidade e contou com a participação de moradores e representantes das comunidades do entorno das lagoas de Linhares, da prefeitura, Ministérios Públicos Federal e do Estado, Defensoria Pública do Espírito Santo e Fundação Renova.

Durante a audiência pública, os atingidos puderam esclarecer sobre a situação das barragens provisórias construídas para proteger as lagoas de Linhares da contaminação dos rejeitos do rompimento da barragem da Samarco, ocorrido em Mariana, Minas Gerais.

Ação pública

A questão decorre de uma ação civil pública (ACP), em andamento na Justiça Estadual, proposta pelo Município de Linhares, para proteger as lagoas da cidade contra os rejeitos da Samarco, já que a captação de água para a população vem dessas lagoas. As barragens, no entanto, estão elevando o nível das lagoas e já alagaram as casas de cerca de 50 famílias.

A fundação renova

A Fundação Renova informou, por meio de nota, que as obras de rebaixamento do canal para aumentar a vazão da água acumulada da lagoa Juparanã para o rio Pequeno devem ser concluídas na próxima semana. A expectativa é que, com essa medida, a vazão alcance 100 m³ por segundo e o nível da Juparanã fique entre 6,5m a 7,5m quando começar o novo período chuvoso. A abertura do canal se dará de forma segura e gradativa.

Ainda estão sendo realizadas obras para reforçar as proteções das encostas e da ponte que cruza o rio Pequeno para segurança dessas estruturas. O barramento também está sendo reforçado e foi implantado um sistema de monitoramento do nível do rio Doce, da lagoa Juparanã e do rio Pequeno.

Como medida de prevenção, em parceria com a Defesa Civil de Linhares, está em andamento a realocação das famílias que moram à margem do rio Pequeno.

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