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Retrospectiva Folha Vitória: tragédias e cobrança por duplicação deixaram BR-101 em evidência

No último boletim da Polícia Rodoviária Federal, divulgado no início de dezembro, o número de mortes registradas na BR-101 já chegava a 148 em 2017

Desde a última terça-feira (26), os fatos que marcaram o ano dos capixabas estão sendo relembrados em uma série de reportagens especiais produzidas pelo jornal online Folha Vitória. Entre os casos policiais que chamaram atenção e as doenças que deixaram a população em estado de alerta, assuntos envolvendo a BR-101 no Espírito Santo também ganharam destaque em 2017.

Os graves acidentes registrados nos 475 quilômetros da rodovia, não só comoveram os capixabas, como também ajudaram a reacender a cobrança pela duplicação da rodovia, prometida em um contrato assinado em 2013 entre a Eco 101 - concessionária que administra a via - e o Governo Federal.

De um lado, a empresa alegava não ter dinheiro necessário para a realização da duplicação por não ter recebido o repasse total do Governo Federal, além da falta de licenciamentos ambientais e desapropriados. Do outro lado, enquanto o impasse não era resolvido, o número de vítimas de acidentes registrados na rodovia não parava de crescer.

O maior acidente em transporte rodoviário do Estado foi registrado na BR 101. Dia 22 de junho. 23 pessoas morreram em uma batida envolvendo um ônibus interestadual, uma carreta carregada com pedra de granito de 41 toneladas invadiu a contramão e bateu em um ônibus que vinha de São Paulo. Atrás dele, seguiam uma ambulância e um veículo de transportes. Todos foram atingidos. Com o impacto da batida, o ônibus pegou fogo.

Em setembro, mais uma tragédia. Onze pessoas morreram quando um microônibus que transportava os integrantes de um grupo de dança alemã de Domingos Martins foi atingido por um caminhão carregado com placas de granito e acabou pegando fogo.

Em outubro, três pessoas morreram em um grave acidente seguido de incêndio no km 304, em Viana. No mesmo mês, após muitas cobranças, a Eco 101 cumpriu com o compromisso assumido com a ANTT de reestruturação do plano e anunciou a fase de aceleração das obras de duplicação.

Números

De acordo com dados divulgados pela Eco-101, de janeiro até novembro deste ano, foram registrados 3.296 acidentes nos 475 quilômetros da rodovia. O maior número de acidentes em 2017 foi registrado no mês de janeiro, com 1.283 ocorrências.

Os dados da Eco 101 mostram também os trechos com maior número de acidentes registrados. De janeiro até novembro, foram 782 acidentes somente no km 290, no Contorno. A situação no km 126, em Sooretama, não é muito diferente e os números também são preocupantes. Nos 11 primeiros meses de 2017 foram registrados 688 acidentes. 

No último boletim da Polícia Rodoviária Federal, divulgado no início de dezembro, o número de mortes registradas na BR-101 já chegava a 148. O maior número foi registrado no mês de junho, enquanto o menor, segundo os dados, foi no mês de novembro, quando quatro pessoas morreram na rodovia.

Comparativo

Apesar dos números expressivos de acidentes registrados na BR-101 em 2017, que até novembro era de 3.296, entre atropelamentos, capotamentos e tombamentos, colisões e quedas, em 2016 o número registrado de janeiro a novembro foi de 3.623 acidentes. 


Por outro lado, o número de mortos em acidentes na BR-101 foi maior, se comparado ao do ano passado. De janeiro a novembro, foram 126 mortes em 2016. Enquanto em 2017, no mesmo período, foram 148 mortes registradas. 

Duplicação

Os primeiros quilômetros duplicados já foram entregues pela Eco-101. O tráfego foi liberado para o trecho duplicado de 2,5 quilômetros entre os km 363 e 366, em Anchieta, no sul do Estado. A expectativa é de que até o fim de 2018 sejam entregues 48 quilômetros duplicados. 

De acordo com a Eco 101, desde o início da concessão, sem contabilizar os investimentos previstos para 2018, foram investidos R$ 940 milhões na BR 101/ES. Esses recursos garantiram: recuperação inicial da rodovia e eliminação de desníveis nos acostamentos (R$ 260 milhões), construção de instalações operacionais (R$ 39 milhões), avanços nas duplicações de quatro segmentos mais contorno de Iconha e construção de vias locais (R$ 161 milhões), passarelas e recuperação de estruturas (R$ 54 milhões), equipamentos e sistemas (R$ 126 milhões), serviços aos usuários (R$ 300 milhões).

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