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Jovem capixaba usa fotografia como 'terapia' após diagnóstico de depressão

Para continuar fotografando, a universitária precisa trocar a câmera, comprada de segunda mão com algumas economias da mãe. Para isso, ela fez uma publicação divulgando seu trabalho nas redes sociais

Terapias, tratamentos específicos e medicações fazem parte da rotina de quem sofre com a depressão. Além disso, se apegar à atividades que fazem bem e ajudam a aliviar os sintomas, também estão sendo uma alternativa para quem é diagnosticado com o transtorno.

A universitária Mariana Camilo, de 19 anos, é um exemplo de quem encontrou em um hobbie uma espécie de recurso terapêutico. Apaixonada por fotografia, ela dedica parte do seu tempo fazendo ensaios e intensificou os trabalhos quando descobriu que estava com depressão.

A depressão é uma doença silenciosa, então o meu recado é para as pessoas prestarem atenção. Não deixar palavras ruins abaterem, procurar a família que é uma grande rede de apoio, encontrar formas de sair disso em um hobbie, como eu fiz e não desistir. A vida é muito bonita.

O diagnóstico veio há 7 meses, quando a jovem procurou ajuda médica após sintomas indicativos. Estudante do 3º período do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), ela já fazia tratamento psicológico na própria instituição, que precisou ser reforçado com o acompanhamento de um psiquiatra. 

"Eu comecei a sentir alguns sintomas, mas achei que era alguma coisa física. Um dia eu tive um surto e meus pais viram que tinha algo errado, foi aí que procurei um psiquiatra. Quando comecei a contar tudo, desde o início, ele me disse que eu estava com depressão e ansiedade. Eu já fazia tratamento psicológico na UFES e depois disso comecei tomando remédio", contou. 

A primeira câmera fotográfica de Mariana, utilizada por ela até hoje, foi comprada de segunda mão, com umas economias da mãe. Antes, as fotos eram tiradas por celular mesmo. "Eu tirava fotos das minhas amigas no celular e elas falavam que eu tinha talento, mas na época meus pais não tinham muito dinheiro para comprar uma câmera. Aí minha mãe tinha umas economias e comprou de segunda mão de um conhecido. Eu já fotografava antes de ser diagnosticada com depressão, mas foi quando fiquei pior que comecei a fotografar ainda mais", relata.

"Tirar foto e ver as pessoas felizes me deixava feliz também". Essa é a explicação da universitária para a paixão pelos ensaios. Segundo ela, geralmente as fotos são feitas ao ar livre, geralmente em praias e parques da Grande Vitória. No entanto, para continuar fotografando, ela precisa trocar a câmera, que já não a atende mais tão bem. 

Para isso, ela fez uma publicação nas redes sociais relatando toda a história e pedindo ajuda de amigos para conseguir mais ensaios fotográficos. O dinheiro dos trabalhos serão destinados para o novo equipamento, que custa em torno de R$ 2 mil. 

"Depois que eu fiz a publicação, já recebi algumas mensagens de pessoas querendo ajudar e fechando ensaios. Agora abri uma conta no banco para colocar todo o dinheiro lá e depois comprar a câmera. Fiz a publicação mais para divulgar o meu trabalho mesmo, não esperava toda essa repercussão", afirmou a universitária. 

As fotos de alguns dos ensaios de Mariana foram publicadas no perfil do Facebook e também no Instagram. Os ensaios são feitos nos dias em que ela está livre na faculdade e principalmente aos fins de semana. 

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