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Quatro brasileiros morrem em ataque de facção a uma casa noturna no Paraguai

A Polícia Nacional do Paraguai acredita que a ação esteja relacionada à disputa entre facções criminosas pelo controle do tráfico na região

Quatro pessoas de nacionalidade brasileira foram assassinadas a tiros, na madrugada desta segunda-feira, 24, durante ataque a uma boate na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul. Outras 12 pessoas ficaram feridas.

A Polícia Nacional do Paraguai acredita que a ação esteja relacionada à disputa entre facções criminosas pelo controle do tráfico na região. Na semana passada, integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) executaram com tiros de metralhadora dois membros de uma facção rival e queimaram os corpos, em Pedro Juan Caballero.

O ataque à casa noturna After Office aconteceu por volta das 3h30, quando o local estava lotado. Pistoleiros armados invadiram a boate e dispararam dezenas de tiros com fuzis e metralhadoras. Houve pânico e correria. Os quatro corpos - dois homens e duas mulheres - foram identificados como sendo de brasileiros. A cidade paraguaia é separada da brasileira Ponta Porã por uma avenida. Os feridos foram levados para hospitais dos dois países.

Na tarde desta segunda-feira, duas pessoas ainda estavam internadas no Hospital Regional de Ponta Porã. Outras três vítimas estavam em hospitais de Pedro Juan Caballero e uma quarta foi transferida para um hospital de Assunção. Os corpos das vítimas, entre elas duas mulheres jovens, foram levados para o necrotério do Hospital Regional da cidade paraguaia. Até o meio da tarde, apenas uma das vítimas, a brasileira Sabrina Martinez dos Santos, tinha sido identificada.

De acordo com a jornal paraguaio ABC Color, os dois brasileiros mortos integravam o PCC e seriam o alvo principal dos tiros. O ataque durou cerca de 20 segundos. Os atiradores chegaram de carro, entraram no local e fizeram os disparos. Vídeos postados em redes sociais mostram os corpos caídos, marcas de tiros, vidros e espelhos quebrados, cadeiras e mesas espalhadas pelo chão.

De acordo com o comissário chefe da Polícia de Amambay, Walter Gómez, os executores tiveram informações de alguém que estava no interior da boate, pois sabiam exatamente onde os alvos estavam sentados. Ainda segundo ele, o carro onde estavam os atiradores veio do lado brasileiro e, na fuga, voltou para o Brasil. A Polícia Civil de Ponta Porã informou que as investigações estão centralizadas em Pedro Juan e apenas colabora com a polícia nacional paraguaia.

Outras execuções

O ataque pode estar relacionado à execução de dois membros de outra facção por integrantes do PCC, na última quinta-feira, 20. Vídeos divulgados no fim de semana mostram encapuzados apontando metralhadoras para os dois homens sentados. "Se vier para a fronteira, o bicho vai pegar. Aqui quem manda é o PCC", diz um deles. No vídeo, são feitas ameaças às facções rivais Comando Vermelho (CV), Família do Norte (FDN) e Primeiro Grupo Catarinense (PGR). Os corpos foram achados no dia seguinte, carbonizados, em Pedro Juan Caballero.

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