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Empresas fazem estudo para transformar lixo em energia em Vitória

As diferenças entre a energia gerada e a compensada são apuradas mensalmente e os saldos são guardados por até 60 meses para ajustes nas compensações

Já foi dada a largada para os estudos da implantação de uma Unidade de Valorização Energética de Resíduos Sólidos Urbanos (Uver) em Vitória. Após a Prefeitura abrir chamamento público para firmar uma parceria público-privada (PPP), quatro empresas mostraram interesse na concessão.

"Com a energia gerada pelo lixo incinerado, a Prefeitura deverá economizar, aproximadamente, R$ 10 milhões por ano com energia e aterro sanitário", destacou o prefeito de Vitória, Luciano Rezende.

Serão 60 dias, contados a partir desta última terça-feira (15), para que elas apresentem à administração municipal os estudos técnico-operacional, econômico-financeiro, jurídico e ambiental para o desenvolvimento de soluções necessárias para a prestação de serviços públicos de valorização energética dos resíduos sólidos urbanos. A proposta é fazer com que a capital fique ainda mais sustentável e inteligente.

Passado o prazo, a Prefeitura irá analisar os melhores custo-benefício e modelo para tornar os resíduos sólidos um ativo do município. Além de não levar mais o lixo para o aterro sanitário, será possível usar os resíduos sólidos gerados como energia elétrica em equipamentos públicos, como escolas, unidades de saúde e equipamentos municipais, até os limites estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e seguindo as suas resoluções.

Economia

O secretário de Gestão, Planejamento e Comunicação, Fabrício Gandini, destaca a importância da iniciativa. "Nós estamos apenas nos adaptando e construindo uma saída para o lixo, que hoje é um problema e vai passar a ser utilizado como fonte de arrecadação. Estamos a caminho de uma cidade ainda mais sustentável e inteligente ao termos a possibilidade de gerar energia de forma limpa. Dessa forma, além de darmos destinação adequada para o lixo, geraremos economia para a Prefeitura".

O secretário executivo do Conselho Gestor das Parcerias Público-Privadas, Fábio Lucianno de Moraes, explica que o projeto dá uma destinação adequada a parte do lixo produzido na cidade. "Vitória terá a possibilidade de gerar energia de forma limpa através da utilização do lixo. De 100% dos resíduos coletados, 30% deles não podem ser queimados pois têm potencial de serem recicláveis. Caberá à empresa também propor o que fazer com esse material. Uma coisa também é certa: o trabalho das cooperativas de catadores de materiais recicláveis não ficará comprometido".

Como funciona

Com a criação da usina, batizada de Unidade de Valorização Energética de Resíduos Sólidos Urbanos (Uver), os caminhões de lixo vão diretamente para a Uver, em vez de irem para o aterro sanitário. Cada usina transforma 300 toneladas/dia de lixo em energia elétrica e tem a capacidade de gerar 33.880 MHW/ano.

A energia gerada pode ser usada para compensar o consumo energético do local de origem e de qualquer outro ponto da rede da mesma concessionária, desde que sejam pontos de consumo do mesmo consumidor, ou seja, a energia gerada pelo lixo poderá compensar o consumo em escolas, unidades de saúde, prédios públicos e iluminação pública. 

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