Geral

Gente Capixaba: Sebastião, o catador de latinhas de Cariacica

Conheça a história de Sebastião Castelo, que ganha a vida catando latinhas para alimentar mulher, filhos e netos em Cariacica

Pelas ruas da Expedito Garcia, em Cariacica, é possível enxergar, além das centenas de pessoas que andam entre os carros, as lojas e os ambulantes, um senhor de 62 anos que, mesmo com toda as dificuldades impostas pela vida, permanece lutando contra o corpo cansado para conseguir o sustento de sua família. Seu nome é Sebastião Castelo, mora em Alto Lage e trabalha catando latinhas da região.

Sua imagem, num primeiro olhar, revela um misto de sofrimento e força, presentes nas rugas da face, no suor da pele, na voz rouca, nas roupas rasgadas e sujas, ao mesmo tempo em que os braços puxam com esforço o carrinho-de-mão repleto de sacolas plásticas e latas de alumínio. E se a princípio o trabalho já aparenta ser árduo, ele torna-se ainda pior quando Sebastião revela o seu dia-a-dia.

O sobe e desce nos diversos morros do município é um desafio comum que ele enfrenta desde às cinco da manhã até às sete da noite para conseguir catar o maior número de latinhas espalhadas pelo chão. Seja debaixo do impetuoso sol que queima a pele ou da chuva que encharca as esperanças de um dia proveitoso. Porque, para ele, cada oportunidade de sair de casa puxando o carrinho vem com a expectativa de conseguir, quem sabe, os vinte e cinco reais diários.

Por mês, se ele não folgar nem um dia sequer e mantiver esse ganho, ele consegue setecentos e cinquenta reais para alimentar a esposa, os dois filhos e os quatro netos.

Sebastião conta com orgulho que já foi pedreiro e, com felicidade, recebia um pouco mais. No entanto, há poucos meses descobriu que estava com diabetes e foi orientado a não mexer mais com tintas. Desde então, é possível encontrá-lo, caso o leitor esteja com os olhos atentos para enxergar aqueles que são ignorados pela maioria, entre as ruas de Cariacica.

“É duro trabalhar catando latinha, não tem como negar. Tem que ter atenção porque as pessoas não nos enxergam. Mas, até hoje nunca aconteceu nada comigo e eu sou grato por isso, então, dá para levar”, conta.

Pontos moeda