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Mãe diz não querer o filho e o entrega em escola de Cachoeiro

Ela é acompanhada do projeto Rafa, da Guarda Municipal, que foi implantado recentemente na cidade para acolhimento a mulheres vítimas de violência doméstica, por meio de trabalho mais aprofundado com as famílias

Uma dona de casa de 27 anos entregou o filho, de apenas quatro anos, em uma escola pública de Cachoeiro, alegando não querer ficar com a criança. Ela vinha sendo assistida pelo projeto Ronda de Apoio à Família (Rafa), da Guarda Civil Municipal (GCM), que tem como objetivo aproximar as medidas de proteção às pessoas atingidas por esse tipo de problema, em bairros e distritos.

Segundo informações do boletim de ocorrências da Guarda Municipal, a mulher deixou o menino na EMEB Virgínia Ataíde Coelho, no bairro Alto Amarelo. Ela estava cadastrada no projeto por ter sido vítima de violência doméstica, praticada pelo companheiro, que está preso pelo crime. Ele foi enquadrado na Lei Maria da Penha, mas foi transferido para uma penitenciária em Campos dos Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro, onde responde por tráfico de drogas.

A gestora da escola acionou a equipe da Rafa, depois que a dona de casa disse que não queria mais ficar com a criança, por não ter nenhum sentimento por ela. Durante uma conversa com a dona de casa, foram oferecidas várias formas para ela continuar com o filho, como: escola integral, emprego, apoio psicológico, cesta básica e todo o amparo possível.

Mas, segundo ela, o filho a faz se lembrar do ex-companheiro e isso lhe causa mal. Ela contou ainda que a criança não foi desajada, já que foi concebida durante aos visitas ao ex-marido na prisão, e como não tem parentes, está decidida a não ficar com a criança. Ela não tem emprego e nem onde morar e atualmente, está de favor na casa de uma prima do ex-companheiro.

O Conselho Tutelar foi acionado para acompanhar o caso. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso, que será encaminhado ao Juizado da Infância da Juventude de Cachoeiro, para providências.


Rafa


Além do atendimento diretamente ligado à questão da violência, com base na Lei Maria da Penha, o Rafa avalia e cuida dos fatores indiretos, como dificuldade financeira, problemas psicológicos e desemprego. Por isso, o projeto prevê parceria com a iniciativa privada para, até mesmo, viabilizar entrada no mercado de trabalho, entre outras ações que possam minimizar problemas familiares.

Aliado a isso, são programados seminários, visitas, palestras e apoio de segurança na atuação de rotina de instituições que cuidam desse tipo de atendimento social.

O projeto foi idealizado por dois agentes da Guarda Municipal: Denise Marçal Koppe e José Carlos de Jesus Silva, responsáveis pela coordenação. O projeto atua em parceria com as demais forças de segurança locais, o Poder Judiciário, a Delegacia de Atendimento à Mulher, a Defensoria Pública e as secretarias municipais de Desenvolvimento Social (Semdes) e de Saúde (Semus).
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