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Cientistas protestam contra cortes no orçamento destinado a ciência e tecnologia

O movimento criou na internet um Tesourômetro do Conhecimento. Ele mede quanto o governo tem deixado de repassar. Desde o início do ajuste fiscal, em 2015, R$ 12 bilhões já foram cortados

Professores, estudantes e pesquisadores protestaram neste sábado (02), na Praça Mauá, no Centro do Rio, contra os cortes no orçamento das universidades públicas e destinado a ciência e tecnologia.

A 2ª Marcha da Ciência foi promovida pela Associação de Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ADUFRJ) com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Teve apoio de servidores de entidades como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

"Já é a segunda marcha que fazemos, e a ideia é que seja um movimento permanente. Hoje tivemos atos em diferentes cidades brasileiras, e as manifestações vão se prolongar pelos próximos dias", contou o físico Ildeu Moreira, presidente da SBPC. "A situação está crítica."

No ato, ativistas carregavam faixas e cartazes contra os cortes. Uma roda de samba chamava a atenção para a causa. Experimentos científicos lembravam às crianças a importância das ciências.

"O orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia foi cortado drasticamente, caiu praticamente à metade com o contingenciamento desse ano. Agora o orçamento de 2018 prevê que esse seja o novo patamar, ainda sujeito a novo contingenciamento. Pelo orçamento que o governo está tentando aprovar, o CNPq (Conselho Nacional de Pesquisas) só tem dinheiro até a metade do ano. Se continuar nesse ritmo, em cinco anos a ciência brasileira já estará arrebentada", alertou Ildeu.

O movimento criou na internet um Tesourômetro do Conhecimento. Ele mede quanto o governo tem deixado de repassar. Desde o início do ajuste fiscal, em 2015, R$ 12 bilhões já foram cortados.

"Isso significa que estão sendo sacrificados recursos que eram de bolsas para estudantes, para infraestrutura de universidades e centros de pesquisas, investimentos em pesquisa em si, mestrado, doutorado, custeio de laboratórios. Tudo isso está sendo ameaçado hoje", apontou Tatiana Roque. Ela é coordenadora da campanha Conhecimento sem Cortes e presidente da ADUFRJ.

O ato teve centenas de manifestantes. Eles colheram assinaturas para uma petição pública contra os cortes. A versão online do texto já tinha mais de 78 mil assinaturas. O objetivo é alcançar 80 mil e levar o assunto ao Congresso Nacional.

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