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Cirurgião esclarece o que pode ter provocado morte de jogador capixaba em Cariacica

O enterro de João Victor de Oliveira, de 18 anos, aconteceu na tarde desta quarta-feira (4), no Cemitério Santo Antônio, no município de Vitória

O cirurgião cardiovascular Melchior Luiz Lima esclareceu o que pode ter acontecido com o jogador João Victor de Oliveira, de 18 anos, que morreu após sofrer um mal súbito na tarde da última terça-feira (3), enquanto jogava bola em um campo de futebol society de Cariacica.

"Uma morte súbita cardíaca pode ser originária de problemas, de doenças no coração que não foram diagnosticadas antes. A pessoa pode ter um gatilho, por exemplo, para uma arritmia grave e na hora do treino, do estresse, debaixo do sol e correndo, essa adrenalina que é liberada na corrente sanguínea pode deflagrar um evento até fatal. Há casos, por exemplo, também de anomalias nas artérias coronárias. Elas podem passar por locais diferentes e, durante o exercício físico, elas podem ser comprimidas levando a uma falta de sangue no coração, que é a chamada isquemia, e isso provocar um infarto ou uma arritmia grave", afirma.

Para o médico, uma simples prevenção pode evitar que a situação se agrave. "Todos nós podemos ter um evento desse, por isso que, desde jovem, crianças que vão para a prática de esporte, adolescentes e adultos jovens quando vão praticar esportes, sempre é bom fazer uma avaliação cardiológica profunda antes de se submeter ao esporte, porque muitas doenças podem ser diagnosticadas antes e evitar um evento desse", diz Lima.

Enterro

O enterro de João aconteceu na tarde desta quarta-feira (4), no Cemitério Santo Antônio, no município de Vitória. "Era um menino que não tinha presença de doença nenhuma. Recentemente ele fez uma bateria de exames para disputar um campeonato pelo Álvares Cabral e logo em sequência, fez uma outra bateria de exames já para ir para Portugal, pois o clube de lá pediu. Em nenhum desses exames constou nada", diz Thyago Matias, padrasto do jogador.

Para quem estava ao lado do jovem em campo, é difícil relembrar os momentos de desespero dos colegas na tentativa de salvar o jogador capixaba, que havia acabado de receber uma carta de aceitação para jogar no Clube Desportivo de Gouveia, um time de Portugal, para onde se mudaria no próximo dia 26.

"Na hora em que ele apagou a gente ligou para o atendimento, meu tio ligou. Aí a mulher falou pra gente ficar fazendo massagem cardíaca até a ambulância chegar no local. Quando chegaram, levaram ele para dentro da ambulância, onde ficou cerca de uma hora e meia tentando ser reanimado. Só que no fim das contas, não teve jeito", diz o estudante Caio César.

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