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Iraque rejeita oferta curda de "congelar" plebiscito de independência

De acordo com nota divulgada pelo escritório de al-Abadi, Bagdá aceitará apenas o cancelamento dos resultados do plebiscito

O primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, descartou uma proposta das lideranças curdas para "congelar" o resultado do plebiscito sobre a independência do Curdistão iraquiano, realizado no mês passado, após conflitos entre forças curdas e o governo iraquiano na região da fronteira com a Turquia.

De acordo com nota divulgada pelo escritório de al-Abadi, Bagdá aceitará apenas o cancelamento dos resultados do plebiscito. Os comentários foram divulgados durante encontro do primeiro-ministro com o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, em Teerã nesta quinta-feira.

Durante o plebiscito, mais de 90% dos eleitores votaram a favor da independência do Curdistão em relação ao Iraque. Enquanto os líderes curdos acreditavam em uma possível abertura nas negociações com Bagdá, forças federais responderam retomando áreas que estavam sob domínio curdo, como a região de Kirkuk, rica em petróleo.

Tanto Irã quanto a vizinha Turquia, por onde al-Abadi passou nesta quarta-feira, se opõem ao plebiscito e mostram apoio ao governo iraquiano. Os dois países têm grandes populações curdas e temem que o plebiscito possa encorajar os separatistas. Milhares de curdos tomaram as ruas do Irã no mês passado em comemoração à votação em solo iraquiano.

Além disso, as disputas entre curdos e forças militares iraquianas colocam em lados opostos antigos aliados dos Estados Unidos na guerra contra o grupo extremista Estado Islâmico. "Não precisamos de iraquianos matando iraquianos enquanto matamos o Estado Islâmico no oeste", afirmou o tenente-general Paul Funk, comandante da coalizão liderada pelos EUA contra o EI no Iraque e na Síria, à Associated Press.

Segundo Funk, a coalizão desviou recursos importantes, como drones que anteriormente vigiavam o EI, para as novas áreas de disputa e também impediram o deslocamento de equipamentos e mantimentos para as tropas que estão no Iraque e na vizinha Síria. Fonte: Associated Press.

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