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Acusado de mandar matar Milena Gottardi, Hilário quer benefício por morte de médica no INSS

Um agendamento no INSS foi feito em nome de Hilário na última segunda-feira (6), data em que policial civil ainda estava preso na Delegacia de Novo México, em Vila Velha

O policial civil Hilário Frasson, preso pela acusação de mandar matar a médica Milena Gottardi, teve um agendamento feito no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para requerer, em favor das filhas, pensão por morte da própria vitima.

De acordo com um documento obtido com exclusividade pela TV Vitória, nesta quinta-feira (9), o atendimento foi agendado para a última quarta-feira (8), às 09h15, na sede do INSS, no bairro Monte Belo, em Vitória.

O agendamento foi feito por meio de uma ligação, que ocorreu na última segunda-feira (6), às 14h50, período em que Hilário estava recluso na Delegacia de Novo México, em Vila Velha. Ainda segundo o documento obtido pela TV Vitória, a ligação partiu de um telefone fixo da delegacia e a Polícia Civil, que disse que a direção da delegacia negou um pedido feito pelo preso para buscar o atendimento, afirmou que a corregedoria da corporação está investigando uma possível irregularidade durante a estada de Hilário no local.

Foi o juiz Marcos Pereira Sanches, da 1ª Vara Criminal de Vitória, responsável pela decisão de transferir Hilário para o Complexo Penitenciário de Viana, na noite de quarta-feira (08), quem pediu abertura de processo na Corregedoria Geral da Polícia Civil, para investigar como ele conseguiu fazer o agendamento, uma vez que esse tipo de atendimento é feito por telefone ou pela internet, tecnologias a que um preso não deve ter acesso.

Transferência para presídio

Hilário é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da ex-mulher, a médica Milena Gottardi. Ele foi transferido para o Complexo Penitenciário de Viana, na noite de quarta-feira (08). A decisão foi do juiz Marcos Pereira Sanches, da 1ª Vara Criminal de Vitória.

O magistrado ficou surpreso e preocupado com a forma como foi feita a vigilância de Hilário Frasson durante a ida dele ao dentista, no último dia 30. O acusado seguia à frente dos policiais que o escoltavam e acionou o interfone do consultório, dando a impressão de que estava em total liberdade.

O juiz também tomou conhecimento de que a Delegacia de Novo México, onde Hilário estava preso, não apresenta segurança adequada para evitar uma fuga, principalmente à noite, já que no local só existe uma grade.

Disse o magistrando na decisão: "De fato, o local apresenta estrutura de salas de delegacia, mas que se transformaram em quartos para acomodação dos presos. O que era para ser provisório até a construção/reforma de local adequado ficou permanente. Existe apenas uma grade, de fácil transposição, separando o interior do estabelecimento prisional da rua".

Na decisão, Marcos Sanches disse ainda ter ficado surpreso também com o fato de Hilário ter solicitado autorização de saída para comparecer ao INSS, a fim de requerer, em favor das filhas, pensão por morte da própria vitima que ele é acusado de ter mandado matar.

Segundo o juiz, o policial conseguiu o agendamento junto ao INSS e, por isso, pediu abertura de processo na Corregedoria Geral da Polícia Civil, para investigar como ele conseguiu fazer o agendamento, uma vez que esse tipo de atendimento é feito por telefone ou pela internet, tecnologias a que um preso não deve ter acesso.

O advogado de defesa de Hilário Frasson, Homero Mafra, disse à produção da TV Vitória/Record TV, por telefone, que considera a decisão inconsequente e que coloca em risco o cliente, pelo fato dele ser policial civil. A defesa ainda não decidiu se vai recorrer da decisão.

Por nota, Polícia Civil informou que atendeu a determinação judicial na tarde de quarta-feira (08) e transferiu o preso para o complexo penitenciário de Viana. Na ocasião, a Polícia disse ainda que antes de sua transferência, ele solicitou autorização para buscar atendimento no INSS, o que foi negado de imediato pela direção da unidade.

Sobre os questionamentos a infraestrutura da 19ª Delegacia, a Polícia Civil ressaltou que o local abriga presos provisoriamente enquanto o presídio para policiais, que está em reformas, fique pronto. E que a unidade de Novo México é vistoriada mensalmente pela Vara de Execuções Penais de Vila Velha.

Presídio federal

Já a defesa da família da médica Milena Gottardi protocolou uma petição, no Ministério Público, para que Hilário Frasson seja transferido para um presídio federal. De acordo com o advogado Renan Salles, o pedido foi feito porque há indícios de que o policial estaria tentando atrapalhar o andamento das investigações, mesmo preso na Delegacia de Novo México.

A petição foi protocolada no Ministério Público, no dia 26 de outubro, e foi fundamentado em um fato ocorrido dois dias antes. Segundo Renan Salles, no dia 24 um eletricista foi ao condomínio onde Milena morava, a pedido de Hilário, e tentou entrar no apartamento dela, mas foi impedido por uma vizinha.

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