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Transexual é impedida de viajar com nome social no Aeroporto de Vitória

A ativista da causa transexual Deborah Sabara foi impedida de embarcar em um voo com destino à Brasilia, nesta terça-feira, onde participaria de um evento da União Europeia

Uma situação constrangedora foi registrada na noite desta terça-feira (21), no Aeroporto Eurico de Aguiar Salles, em Vitória. A transexual Deborah Sabará foi impedida de viajar em um voo da companhia Latam, por ter o nome social impresso na passagem aérea.

Deborah viajaria para Brasília, no Distrito Federal, onde participaria de um evento em representação à população trans, convidada pela União Europeia. A compra da passagem foi realizada pela entidade, na Suiça. No entanto, mesmo com todas as explicações, o embarque não foi permitido.

O voo estava marcado para as 21h15. De acordo com Deborah, todas as sugestões da empresa para resolver o problema visavam apenas o lado financeiro, não a diversidade. "Funcionários da empresa e outros passageiros diziam que me conheciam e confirmavam a minha identidade, mas a sugestão da empresa era apenas de comprar outra passagem", conta.

Ela conta que sugeriu várias alternativas para comprovar que se tratava da mesma pessoa nos documentos e na passagem, mas se diz indignada porque não teve contato com os responsáveis pela empresa. "Sugeri que abrissem o meu e-mail para mostrar a conversa, mas não quiseram. Mostrei minhas redes sociais com meu nome social, mas não teve jeito", relata.

Três sugestões teriam sido passadas pela empresa, todas que resultavam na compra de um novo bilhete. Para Deborah, uma situação de desrespeito. "Eu dizia que sou desempregada e represento a população trans. Não sou a pessoa encontrada com R$ 51 milhões na mala. Sou a Deborah Sabara e sou ativista".

Deborah considerou o ocorrido como mais uma situação de desrespeito à diversidade. Ela alega que várias resoluções já permitem o uso do nome social. "O que me deixa chateada é que a Latam cria uma imagem de diversidade, mas não foi capaz de resolver o meu problema. Dizem que valorizam a diversidade social, mas isso não é respeitado", reclama.

Para a ativista, o uso do nome social pela população trans é uma particularidade. Segundo Deborah, esse direito é um paliativo para que a pessoa travesti possa ter o que ela classificou como o mínimo de dignidade. "Isso não deixa de ser uma violência. É uma violência contra a mulher trans", disse.

O fato foi relatado em uma postagem no Facebook. No texto, Deborah contou, de forma resumida, a situação que passou no local. A publicação teve várias curtidas e comentários de apoio. Diversas entidades da causa LGBT também compartilharam ou republicaram a indignação de Deborah.

Outro lado

Por meio de nota, a empresa Latam Airlines Brasil informou que cumpre a determinação da Agencia Nacional de Aviação Civil (Anac), que afirma que para que o embarque possa ser realizado, é necessário que o bilhete seja compatível com o documento de viagem do passageiro. A companhia aérea também disse que a diversidade faz parte da cultura da empresa, que atende qualquer pessoa com a mesma atenção, cuidado e respeito.

Veja a postagem de Deborah no Facebook:


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