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Primeira paraquedista brasileira é enterrada sob chuva de pétalas de rosas

O desejo de receber a homenagem foi expressado por ela mesmo em um livro

A primeira mulher a realizar um salto de paraquedas no país foi enterrada na manhã desta quarta-feira (13) sob uma chuva de pétalas de rosas. Dona Rosa Helena Schorling, mais conhecida como Rosita, faleceu aos 98 anos, na madrugada da última segunda-feira (11).

A homenagem que aconteceu no enterro foi realizada para atender o desejo expressado por ela mesmo em um livro, quando disse que gostaria de ser enterrada sob 'chuva de pétalas de rosas'.

Veja o vídeo da homenagem, registrado por Leonardo Borghardt:

Na terra e no ar, rompendo barreiras, dona Rosa foi a primeira mulher brasileira a saltar de paraquedas, em 1940. De lá pra cá, já foram outros 136 saltos e uma vontade grande de continuar a se aventurar. A vida agitada e de grande feitos já foi registrada em livro. Além de paraquedista, Rosita foi enfermeira, professora e pianista.

O currículo aventureiro de dona Rosa, que não gostava de ser tratada por senhora, vai muito além. No ano de 1938, aos 19 anos, dona Rosa já tinha aprendido a pilotar aviões, mas para quem dirigia carros desde os 12 anos, a dificuldade não foi tanta. “Todo mundo fala sobre isso, de pilotar. Não vejo nada de diferente. Pilotar avião é como dirigir um automóvel ou uma motocicleta”, explicou em entrevista ao jornal online Folha Vitória, em 2014.

Na entrevista, Rosita lembrou com saudade o período em que conviveu ao lado do presidente Getúlio Vargas, ministros e altas autoridades. “Foi uma época muito boa. Getúlio Vargas todos os sábados dispensava a sua guarda e ia para o Aeroclube. Ali nós tomávamos nosso uísque, comíamos nosso churrasco. Ele era um companheiro como outro qualquer. Os brigadeiros, os generais, os coronéis, a mesma coisa. Com o Jango foi a mesma coisa. Eu já fui tema de uma reportagem com o título: "A paraquedista que deslumbrou os presidentes”.

Rosa Helena Schorling nasceu no distrito de São Paulo de Biriricas, em Domingos Martins, no dia 15 de julho de 1919. Antes de completar um ano de idade, sua família mudou-se para a sede do município, onde reside até os dias de hoje.

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