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Veja como vão rodar os ônibus durante a greve dos rodoviários

Durante audiência de conciliação, realizada nesta terça-feira, o Sindirodoviários decidiu iniciar a paralisação no próximo dia 26

O desembargador José Luiz Serafini, do Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo (TRT-ES), aceitou o pedido do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Espírito Santo (Sindirodoviários) de reduzir o percentual de ônibus em circulação durante a greve da categoria, prevista para começar na próxima terça-feira (26).

Caso a greve seja realmente deflagrada, 70% dos coletivos deverão estar em operação durante os horários de pico - entre as 6 e às 9 horas e das 17 às 20 horas - e 50% nos demais horários. Na segunda-feira (18), o presidente do TRT-ES, desembargador Mário Cantarino, havia determinado que, a partir do dia 26, 90% dos ônibus estivessem nas ruas durante os horários de pico e 70% nos demais.

Durante audiência de conciliação, na tarde desta terça-feira (19), no TRT-ES, o Sindirodoviários se comprometeu a só deflagrar a greve a partir da 0 hora do próximo dia 26. A princípio, os rodoviários pretendiam iniciar a paralisação na terça (19), mas decidiram acatar a decisão da Justiça, que determinou que, entre os dias 19 e 26 de dezembro, 100% da frota deveria estar em circulação.

Também durante a audiência, rodoviários e empresários do setor de transporte novamente não chegaram a um acordo a respeito do reajuste salarial da categoria. A proposta dos sindicatos patronais é de um reajuste de 1,83%, mas os rodoviários exigem que os salários sejam aumentados em 5%.

Por nota, o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) lamentou a "posição intransigente" do sindicato dos trabalhadores.

"Eles estão cientes da atual situação do setor de transportes coletivos urbanos, exposta a eles nos nove encontros já realizados para tentativa de chegar a um consenso, mas insistem em requerer um ganho real absurdo, acima da inflação. Posição contrária à de outras categorias, tanto estaduais, a exemplo do Sindifer, que acertou aumento de 2%, quanto nacionais, como os rodoviários da região Metropolitana de Belo Horizonte, que também aceitaram o mesmo percentual", afirmou o GVBus.

O sindicato reafirmou que as empresas da Grande Vitória não têm condições de arcar com qualquer reajuste além de 1,83%, índice de inflação com base no INPC. O GVBus também disse que não vê mais necessidade de realização de uma greve, uma vez que o processo de decisão a respeito do ajuste já está nas mãos da justiça.

Dissídio

Como o Sindirodoviários e os sindicatos patronais ainda não entraram em um consenso, as duas partes agora têm até o próximo dia 28 para apresentar suas razões no processo. Depois o Ministério Público do Trabalho do Espírito Santo (MPT-ES) deverá entregar seu parecer sobre o assunto até o dia 5 de janeiro.

De acordo com o desembargador Serafini, relator do Dissídio Coletivo de Greve, o processo deverá ser levado a julgamento pelo Pleno do TRT-ES no dia 10 de janeiro.

"A greve é um direito fundamental e quando ela acontece numa atividade essencial, como é o transporte coletivo, nós do Ministério Público temos a prerrogativa de instaurar o dissídio. Então o Tribunal agora vai conhecer as pretensões de cada uma das partes: a econômica, que são os empresários, e a profissional, que são os trabalhadores", ressaltou o chefe do MPT-ES, Valério Soares Heringer. 

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