Polícia

Clientes denunciam mulher por supostos golpes em serviços de fotografias e filmagens no ES

Vítimas são atraídas pelo baixo preço oferecido pela suspeita, em anúncios veiculados na internet

Foto: Reprodução

Um momento que deveria ser repleto de alegrias e memórias se tornou um pesadelo para as vítimas de um suposta fotógrafa. Ela é responsável por aplicar golpes em clientes e sumir com o dinheiro logo após a contratação. De acordo com as vítimas, quando a suposta golpista não cumpria com o combinado, o serviço entregue era de péssima qualidade.

O suposto golpe começa com um anúncio na internet. À primeira vista, a divulgação dos serviços fotográficos é bastante atrativa pelo preço. Mas, assim que pega o dinheiro, a golpista não cumpre com a parte da promessa e o cliente acaba saindo no prejuízo. 

Foi exatamente este o enredo vivido pela pedagoga Franciely Soares, que, desde 2011, está atrás dos seus direitos após ser uma das vítimas da suposta fotógrafa. "Desde 2011 que eu fui até o estabelecimento dela e fiz um pacote de álbum, de filmagens, um pacote completo para o meu casamento que seria em 2012, mas infelizmente ela não cumpriu com o combinado", disse a vítima.

A esteticista Susy Ferreira afirma que também caiu no golpe. Dessa vez, o evento foi o casamento dela que, em vez de ficar com as fotos, ficou apenas com o prejuízo na memória.

"Eu fui falar com ela e ela falou que não tinha as fotos, porque estava em outro computador, falou que ela não tinha conseguido fazer as edições. Então eu disse que ela estava mentindo. Eu cheguei a receber um áudio dela, que ela tinha me mandado, dizendo que as fotos estavam prontas", relembrou.

Com o áudio em mãos, a esteticista exigiu pelo menos as fotos "cruas", que são as imagens sem edição, para que outra pessoa terminasse o serviço. No entanto, a fotógrafa disse que isso não seria possível e que, se ela quisesse as imagens, deveria ir até a casa da fotógrafa para pegar. Susy imediatamente recusou a proposta e até hoje está sem suas fotos.

Antes mesmo de saber das intenções da suposta golpista, Susy acabou indicando o serviço para uma amiga, que acabou se tornando mais uma vítima. A empresária Tatyane seguiu a dica da amiga Susy, mas assim que foi conferir o trabalho final, teve uma surpresa. 

"Quando ela ligou o notebook e abriu minhas fotos, eu entrei em desespero, porque as fotos estavam todas distorcidas e, em várias, ela riscou de preto por cima das fotos. E ela não me devolveu o dinheiro", afirmou a empresária.

Modus Operandi

Para atrair novas vítimas, a suposta golpista utiliza sempre o mesmo modo de operação: as pessoas entram em contato com ela, justamente pelo valor atrativo que é divulgado na internet. Em seguida, a mulher marca um encontro com o cliente interessado e pega 50% do valor do serviço, no momento em que o contrato é assinado, e o restante do valor é parcelado em cartão de crédito ou em dinheiro.

Foto: Reprodução

Assim que chega o dia da festa, ela entra em contato com o cliente e diz que não consegue comparecer, pois teve um problema pessoal ou de saúde. Por estar ausente, a fotógrafa envia um outro profissional para fazer o serviço de free lancer, mas este profissional terceirizado não recebe o dinheiro da golpista e, consequentemente, não entrega as fotos para o contratante do serviço, que fica no prejuízo.

Duplo prejuízo

Tempos depois, a pedagoga Franciely ficou sabendo que o profissional que fez as filmagens do casamento também se tornou uma vítima da golpista. "No dia do meu casamento, ela foi para tirar as fotos e contratou um cinegrafista para fazer as filmagens. Mas, infelizmente, ele foi até a casa dela, ela deixou ele plantado lá e não pagou. Depois eu consegui entrar em contato com ele, mas infelizmente ele não tinha mais as filmagens", relembrou.

As vítimas que caíram no mesmo golpe desta profissional são inúmeras. Uma delas aconteceu há cerca de três anos com a Geisiane, que é irmã da Susy. Ela descobriu que se tratava da mesma golpista após perguntar à irmã quem seria a profissional responsável pelas fotos.

"Na época, ela me ofereceu um serviço de acompanhamento do meu menino de 1 ano, e era o que eu estava em busca. Ela me ofereceu esse serviço por R$ 250. Me ofereceu 12 fotos e uma sessão gravada em um pen drive. Eu concordei, paguei o valor e começaram os problemas", contou a dona de casa.

Geisiane contou também que, todo mês que ela marcava uma sessão de fotos, acontecia algum imprevisto e, quando conseguia ir até o local, as fotos ficavam ruins. Ela foi até o final do serviço, mas, quando foi receber os arquivos, teve mais problemas. Ao todo, foram cinco tentativas de ir até o estúdio para receber as fotos, mas todas sem sucesso.

A equipe de jornalismo da TV Vitória tentou entrar em contato, por telefone, com a suposta golpista, mas o número estava indisponível. Em um aplicativo de mensagens, ela chegou a dizer que iria retornar o contato com a equipe, mas nada foi feito.

Importância da denúncia

De acordo com o delegado Rodrigo Rosa, para que o caso seja resolvido, é preciso que as vítimas apresentem o máximo de informações possível para a polícia. "A gente já tem indícios de crime e a polícia já está investigando. Sobre ela continuar reiterando é que a gente depende que a vítima procure a delegacia e demonstre interesse em que a polícia instaure um inquérito para apurar a conduta. Não basta simplesmente fazer o boletim de ocorrência. É preciso de algo a mais da vítima, pois só o juiz vai decidir se ela está causando muita lesão à ordem pública e decretar a prisão dela", explicou.

O delegado também faz um alerta para que pessoas não caiam no mesmo golpe ou em situações parecidas. "Faça antes uma consulta para saber da idoneidade dessa pessoa que você pretende contratar, e desconfie também de preços abaixo do mercado, pois este é um indicativo de que algo pode dar errado na contratação", reiterou.

* Com informações do repórter Fábio Gabriel, da TV Vitória/Record TV

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