Polícia

Engenheiro já havia agredido professora antes dela ser morta

O crime aconteceu no bairro Jardim Camburi, em Vitória

O homem suspeito de assassinar a própria mulher, a professora Danielly Wandermurem Benicio, de 36 anos, já teria agredido a vítima antes. Foi o que informou o delegado Janderson Lube, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM).

As últimas imagens da vítima mostram ela, por volta das 22 horas, descendo pelo elevador do prédio para colocar o lixo para fora. Em seguida ela deixou o prédio e minutos depois voltou com um fardo de cerveja.

A professora foi encontrada morta na noite seguinte, dentro de casa. O marido e um parente dele foram os primeiros a chegar ao apartamento. A polícia foi acionada e a suspeita inicial era de suicídio.

"Isso era narrado pelo Patrick, por relatos de testemunhas e parentes que falaram que naquele dia ela teria tentado pular pela janela, mas o fato é que as provas são de que a morte dela foi causada por uma terceira pessoa", informou o delegado.

Quase dois meses após o crime as investigações foram concluídas. Exames realizados pela Polícia Civil apontaram que a morte de Danielly, na verdade, foi provocada por um traumatismo craniano. De acordo com a polícia, o principal suspeito é o marido dela.

Segundo as investigações, na tarde do dia 29 de janeiro, Danielly e o marido Patrick Santos Filgueira discutiram. Patrick havia desconfiado que a professora estava trocando mensagens com outro homem. Por meio de um aplicativo espião, ele monitorava as conversas da esposa pelo celular e por isso houve uma discussão.

Após a discussão, Patrick deixou o apartamento, mas na mesma noite voltou ao local acompanhado de um parente. Depois de pegar algumas coisas, os dois saíram. As imagens das câmeras mostraram que o suspeito entrou de novo, sozinho. Dois minutos foram suficientes para cometer o crime.

"O fato é que ele ali naqueles 12 minutos que ele permanece no apartamento, e naqueles dois minutos que ele fica sozinho, foram os momentos que ele praticou essa ação violenta contra a vítima", contou Lube. 

Patrick está preso desde o dia 17 de fevereiro. Após a conclusão do inquérito, ele foi indiciado por homicídio qualificado pelo meio cruel e por feminicídio. A forma como se referiu à esposa durante os depoimentos também chamou a atenção da polícia.

"A narrativa dele, depreciando a imagem dela como uma pessoa doente, trouxe esse elemento de que ela guardava chumbinho, gerando a suspeita de que ela teria ingerido chumbinho", afirmou o delegado.

Ainda de acordo com as investigações, Patrick já havia agredido a esposa antes, mas Danielly nunca fez denúncias. Assim como ela, quatro mulheres foram vítimas de feminicídio na Grande Vitória este ano. Em 2017, foram registrados, no total, 16 casos.

"A gente trabalha com a hipótese zero, de não ter nenhum feminicídio, mas o que a gente pode enaltecer é que no ano passado houveram 16 que foram resolvidos. Esse ano foram quatro e dois já foram resolvidos. O caso específico da professora Danielly, todas as provas reunidas nos autos apontam que o Patrick é autor do fato, tanto que na porta não se encontrou nenhum sinal de arrombamento", disse o chefe de Polícia Civil, Gulherme Daré.

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