Polícia

Acusado de estuprar e matar Thayná é interrogado durante primeira audiência sobre o caso

Tanto na chegada quanto na saída do fórum, Ademir Lúcio Ferreira foi hostilizado por parentes e amigos de Thayná. Seis testemunhas também foram ouvidas

Ademir foi ouvido durante a tarde desta quinta-feira na primeira audiência de instrução do caso do assassinato da menina Thayná

O acusado de sequestrar, estuprar e assassinar a menina Thayná Andressa de Jesus Prado, de 12 anos, foi interrogado na tarde desta quinta-feira (12), durante a primeira audiência de instrução do caso. Além de Ademir Lúcio Ferreira, de 52 anos, foram ouvidas seis testemunhas de acusação, indicadas pelo Ministério Público Estadual.

A audiência, realizada no Fórum Juiz Olival Pimentel, no Centro de Viana, teve início por volta das 13h30 e terminou pouco depois das 17 horas. Tanto na chegada quanto na saída do fórum, Ademir foi hostilizado por parentes e amigos de Thayná.

O acusado chegou ao local por volta das 13h15, pouco tempo depois da chegada do ônibus que transportava os familiares e amigos da menina. Por volta das 17h15 Ademir, que foi o último a depor, deixou o local e foi levado, por um carro da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), de volta para o Complexo Penitenciário de Xuri, em Vila Velha.

A partir da audiência de instrução a juíza que conduz o caso decidirá se o acusado irá ou não a júri popular. Agora a defesa de Ademir tem cinco dias para fazer as alegações finais. Depois disso o caso volta para a magistrada, que proferirá sua decisão. Caso o entendimento seja pelo júri popular, a defesa do acusado poderá recorrer da decisão.

Clemilda

Durante a audiência desta quinta-feira, apenas a mãe da vítima, Clemilda Aparecida, foi autorizada a entrar no fórum para acompanhar os trabalhos. Por volta de 14h15 Clemilda saiu do local. Ela disse que o juiz leu o relatório e pediu que ela saísse para que as testemunhas fossem ouvidas.

"Foram ditas muitas coisas, mas uma está doendo dentro da minha alma. Eles falaram que foi ele que botou fogo na minha filha para sumir com o corpo dela", contou.

Amigos e parentes de Thayná fizeram uma manifestação na porta do fórum em Viana

Clemilda também afirmou que ainda não conseguiu superar a morte da filha. “É muito difícil para mim reviver isso tudo. É uma dor muito grande ter que ficar cara a cara com ele. Mas espero que a justiça seja feita e que ele pegue pena máxima. Ele acabou com a minha vida. Além da minha filha, ele também estragou a vida de outra menina. Se ele ficar os 30 anos, pelo menos vai sair velho e não vai conseguir fazer isso com ninguém mais”, disse.

O crime

O assassinato de Thayná aconteceu em outubro do ano passado. Segundo as investigações, a vítima saiu de casa sozinha, no bairro Universal, em Viana, e depois desapareceu.

Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento em que a menina entrou no carro que era conduzido por Ademir. No início de novembro, o veículo foi encontrado pela polícia.

Na mesma semana, uma ossada feminina foi localizada em uma lagoa do município. No local, a polícia também encontrou pedaços de um vestido que foi reconhecido por familiares dela.

Ademir foi preso uma semana depois no Rio Grande do Sul. Ele foi trazido de volta ao Espírito Santo e conduzido para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Em depoimento, o acusado afirmou que Thayná havia morrido após cair na lagoa, mas não convenceu a polícia.

Ademir já responde pelo estupro de outra menina, de 11 anos. Segundo a polícia, o caso aconteceu três dias antes do crime contra Thayná. Na audiência, realizada no último dia 19, Ademir foi condenado a 34 anos de prisão, por estupro de vulnerável, sequestro e ameaça.

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