Morte irmãos carbonizados

Polícia

Pastor não recebe visitas no primeiro dia após prisão

Neste segundo dia da prisão, o pastor passou pela triagem, um procedimento-padrão a que todos os presos são submetidos

O pastor George Alves, 36 anos, pai e padrasto das crianças que morreram em um incêndio em Linhares, continua preso no Complexo Penitenciário de Viana. Nesse domingo (29), ele não recebeu a visita de nenhum parente ou amigo.

Neste segundo dia da prisão, o pastor passou pela triagem, um procedimento-padrão a que todos os presos são submetidos. A movimentação no presídio foi tranquila. Na tarde deste sábado (28), a equipe da TV Vitória / Record TV registrou o momento em que o pastor deu entrada no complexo penitenciário.

Usualmente, domingo é um dia de visitas para alguns detentos. A Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), no entanto, não divulgou horários e nem se o pastor já pode receber visitas. Fontes consultadas pela equipe de reportagem afirmam que, por enquanto, ele só pode receber visitas do advogado, até um cadastro em nome do detento ser feito no sistema prisional.

O pastor George é pai do menino Joaquim, 3 anos, e padrasto de Kauã, 6 anos. Ele teve a prisão temporária decretada no último sábado, e vale por trinta dias. A motivação exata do mandado de prisão ainda não está clara, já que as investigações sobre o crime seguem em sigilo.

As crianças foram carbonizados durante um incêndio na casa onde moravam, em Linhares. O pastor, em entrevista um dia após a tragédia, informou que estava em casa quando tudo aconteceu e tentou salvar os meninos, mas não conseguiu.

George disse que ficou com os pés e as mãos queimadas. Ele ainda contou que estava dormindo no momento que o fogo começou e quando acordou viu tudo pela babá eletrônica. Além dele, outras testemunhas e a mãe dos meninos prestaram depoimento.

Na casa onde o incêndio aconteceu foram feitas três perícias até o momento. O mandado de prisão temporária, que tem prazo de 30 dias, foi cumprido na manhã de sábado pela Polícia Civil. Ele estava em um hotel do município quando foi detido. O motivo seria para 'preservar bom andamento das investigações'.

Antes de ser preso, o pastor ainda foi ao Departamento Médico Legal para fazer o reconhecimento dos corpos. As crianças ainda não foram sepultadas porque só um exame de DNA vai comprovar as identidades. O Ministério Público Estadual (MPES) também acompanha o caso.

Depoimentos

A Polícia Civil também ouviu quatro testemunhas sobre o caso. Entre os ouvidos estão duas mulheres que moram na casa, mas não estariam no momento do incêndio. Também foram ouvidas duas pessoas que teriam ajudado o pastor George Alves, pai de Joaquim e padastro de Kauã.

George prestou depoimento na última quinta-feira (26) durante quatro horas. Ele também fez exames no Departamento Médico Legal (DML) de Linhares para comprovar que queimou as mãos na tentativa de socorrer as crianças.

O médico perito que examinou o pastor teria encontrado pequenas bolhas nas mãos e nos pés do pastor. No entanto, o resultado oficial do exame feito no DML ainda não foi divulgado.

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