Polícia

Testemunha de defesa de Hilário afirma que acusado já havia relatado que o pai era 'bravo'

Durante o processo de separação com Milena, Hilário chegou a ficar na casa do médico

A última testemunha de defesa de Hilário Frasson no caso do assassinato da médica Milena Gottardi, prestou depoimento na última quarta-feira (25), no Fórum Criminal de Vitória. Arrolado pela defesa do réu, o médico Tarciso Favaro contou como conheceu o casal e detalhou algumas situações em que teve a oportunidade de conviver com eles em encontros ocasionais.

"Conheci a Milena em 1997. O comportamento dela no trabalho era muito sério, ético, preciso e atencioso. Em uma oportunidade em que eu estava no Pronto-Socorro, Hilário chegou na porta e ela o apresentou, isso ocorreu provavelmente entre 1997 e 1999. Depois disso, nós nos encontramos em várias oportunidades", afirmou o médico.

A testemunha destacou que, apesar da convivência ocasional, ele e a esposa nunca presenciaram nada em especial sobre o comportamento de Hilário.

"Durante essa convivência, eu e minha esposa nunca presenciamos nada que revelasse agressividade, mania de perseguição ou ciúmes em relação à Milena. Nós estivemos no apartamento de Hilário e Milena junto a outro casal, jogando baralho e ficamos por poucas horas. Milena sempre gentil, educada, conversou rapidamente com as visitas porque estava cuidando das crianças, em um clima de aparente normalidade. Mas soube semanas depois que os dois estavam em processo de separação", contou.

Questionado pelo Ministério Público, o médico afirmou que o comportamento de Milena no meio social era exemplar e ilibado. Sobre o comportamento de Hilário, ele disse que não teve oportunidades de convivência além de algumas horas de lazer. "Posso dizer que o comportamento dele no meio social era o mesmo de Milena. Após a separação, em uma certa ocasião, Milena disse que ele era uma boa pessoa, mas que 'não dava mais'. Ela comentava que estava se separando, enquanto Hilário, por diversas vezes, dizia que estava tentando uma reconciliação", declarou o a testemunha. 

Durante o processo de separação, Hilário chegou a ficar na casa do médico. A testemunha contou que deu uma chave da casa o autorizando a entrar e sair quando quisesse. "Hilário disse que estava em negociação com Milena e que estava ficando no hotel e, ocasionalmente, no apartamento de outros amigos. Ele pediu para pernoitar na minha casa e como tinha um quarto disponível, dei uma chave e o autorizei a entrar e sair quando quisesse", contou. 

Sobre o comportamento de Esperidião Frasson, a testemunha disse que Hilário já havia relatado que o pai era 'bravo', mas não sabia em qual sentido. O médico disse ainda que não sabe se foi ele quem custeou a residência da médica em São Paulo, já que ela trabalhava em dois lugares e teria renda suficiente para pagar.

"Não sei se o pai de Hilário custeou a residência dela em São Paulo. Sei apenas que durante a residência, ela trabalhava em finais de semana e feriados no Hospital Infantil, em Vitória, então tenho certeza que ela tinha duas fontes de renda, uma do hospital e outra da residência, de forma que as duas a bancariam na residência em São Paulo, ou próximo disso, até porque ela tinha hábitos simples. Hilário comentava que seu pai era bravo, o que certamente, não foi ouvido apenas por mim. Não sei detalhar em que sentido ele dizia que o pai dele era bravo e o motivo e razão pelo qual fazia isso", concluiu. 

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