Polícia

Crianças desaparecidas há mais de um ano são encontradas em Marataízes e Piúma, no Sul do ES

As crianças eram mantidas em cárcere privado e obrigadas a vender doces e balas nas ruas há mais de um ano

Marcelo Pereira

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação/Guarda Municipal de Marataízes
Crianças foram resgatadas pela Guarda Municipal de Marataízes

A Guarda Municipal de Marataízes, no Sul do Espírito Santo, resgatou quatro crianças que estavam mantidas em cárcere privado e que eram obrigadas a vender doces e balas nas ruas há mais de um ano. Os pais já haviam feito boletim de ocorrência sobre o desaparecimento dos filhos. O caso, que foi descoberto na última sexta-feira (20), segue sob investigação da Polícia Civil.

Uma criança foi resgatada na cidade e as outras três em Piúma. Segundo informações dos agentes, tudo começou com uma denúncia anônima. Uma mulher de 25 anos estaria com uma das crianças desaparecidas, um menino de 12 anos, em uma lanchonete, na Avenida Rubens Rangel, uma das principais de Marataízes.

Durante a abordagem, a mulher se identificou com nome falso e tentou a todo momento não responder diretamente As perguntas dos guardas. Isso acabou levantando mais suspeitas.

Foto: Divulgação/Guarda Municipal de Marataízes
Crianças vendiam doces e balas nos semáforos em Marataízes e Piúma

Ao revistarem a bolsa da suspeita, eles encontraram uma carteira de motorista com o nome verdadeiro. Contra ela, ao fazer uma busca no sistema eletrônico de segurança também foi descoberto a existência de um boletim por suspeita de sequestro e cárcere privado. A mulher negou as acusações e a criança que estava com ela também a defendeu perante as autoridades e também se apresentou com nome falso.

Eles foram encaminhados para a Delegacia Regional de Itapemirim. Na delegacia, o pai da garoto e o Conselho Tutelar foram acionados e descobriram que mais três crianças em Piúma estariam vivendo nas mesmas condições da encontrada em Marataízes. Todas as crianças foram entregues aos responsáveis legais.

A mulher prestou depoimento e foi liberada. 

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De acordo com o secretário de segurança de Marataízes, Anderson Gouveia, as crianças podem ter sido vítimas de uma quadrilha especializada em exploração de trabalho infantil. 

Elas teriam sido sequestradas de suas famílias para vender doces nos cruzamentos dos semáforos nas cidades do litoral sul. Tudo será investigado pela Polícia Civil.

O que diz a Polícia Civil

Segundo o delegado Djalma `Pereira Lemos, titular da Delegacia Regional de Itapemirim, que atendeu a ocorrência, a mulher detida era tia do menino. Ela foi ouvida e liberada depois. 

A suspeita não foi autuada por sequestro ou cárcere privado por não haver uma medida judicial contra ela e também porque o garoto estava sob responsabilidade da mãe. Porém, ela será investigada por trabalho infantil.

A Delegacia de Polícia de Marataízes assumiu o caso e o delegado responsável poderá convocar a mulher para mais esclarecimentos.

Por que não informamos os nomes dos envolvidos?
Os nomes das pessoas detidas e investigadas pela Polícia Civil não foram divulgados pelo Folha Vitória, bem como os dos pais e responsáveis, para preservar a identidade das crianças envolvidas, em cumprimento ao que é determinado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 
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