Polícia

Homem invade casa na Serra, agride ex-mulher e acaba baleado pela polícia

O suspeito pulou o muro da residência de madrugada e no momento em que ia se entregar, conseguiu fugir dos policiais e entrar na casa

Foto: Reprodução / TV Vitória

Um homem invadiu a casa da ex-mulher, agrediu a vítima e acabou baleado pela Polícia Militar após resistir à abordagem no bairro Cascata, na Serra. Mesmo baleado, o suspeito foi em direção ao quarto das crianças, local onde foi encontrado e preso.

De acordo com a vítima, que preferiu não se identificar, o homem tem 35 anos e segundo a polícia, teve acesso à residência após pular o muro na noite da última terça-feira (22).

"Tem dois meses que ele não está mais morando aqui, mas nesses dois meses já é a terceira vez que ele pula o muro durante a madrugada. Ele já arrombou a porta  e eu tive que trocar a fechadura. Coloquei até reforço na porta por dentro", contou a vítima.

Ainda de acordo com a mulher, por volta de 2 horas ela levantou para ir ao banheiro e desconfiou que tinha alguém na casa. Neste momento, chamou a polícia.

Assim que chegaram ao local, os policiais encontraram o suspeito escondido debaixo de uma mesa que fica na varanda da residência. Os militares não conseguiram ver a mulher porque ela estava com a janela fechada por medo do ex-companheiro. Os policiais só conseguiram ouvir os gritos e o pedido de socorro da vítima.

"Os policiais chegaram no portão e mandaram ele aparecer. Ele levantou as mãos e deitou no chão da varanda. Mas quando já estava rendido e eu fui abrir a porta para os policiais, ele levantou e empurrou a porta para entrar em casa. Eu consegui fechar a porta mas ele continuou empurrando e dando chutes", contou a mulher.

Quando os policiais viram que ela estava em perigo, atiraram duas vezes e atingiram o suspeito. No momento dos disparos, a vítima estava dentro da casa e o homem do lado de fora. A mulher se assustou com os tiros e soltou a porta e mesmo atingido, o suspeito conseguiu entrar em casa. 

Dentro da residência, ele puxou a mulher e tentou agarrar ela pelos cabelos. A vítima escapou e o suspeito correu direto para o quarto das três filhas da vítima. Duas crianças de 4 e 6 anos, que também são filhas dele, e uma adolescente de 14 anos, fruto de outro relacionamento, estavam no cômodo da casa. 

Assim que chegou no quarto, o homem sentou em uma das camas e começou a chorar. De acordo com a polícia, o homem foi atingido nas duas pernas e está em um hospital de Vitória com escolta da Polícia Militar. A filha mais velha da vítima, a jovem de 14 anos, lembrou  da expressão do ex-padrasto.

"Pela expressão, ele estava com muito medo. Ele sempre dizia que não tinha medo da polícia, mas quando levou os dois tiros, eu vi o olhar de medo dele".

Relação conturbada

Segundo a vítima, o relacionamento com o homem durou 8 anos. Ela terminou pois não aguentava mais ser vítima de violência.

"Muitas brigas, discussões e agressões físicas e psicológicas. Já tinha dado parte dele na delegacia, mas nunca cheguei a ir na Delegacia da Mulher pedir medida protetiva por conta das ameaças dele. Ele falava que se algum dia ele chegasse a ser preso por causa de Lei Maria da Penha eu podia sumir enquanto ele estivesse lá, porque quando ele saísse, ia me jogar na vala", contou. 

Aparência que engana

A mulher disse que conheceu o suspeito na igreja e que na época ele era pastor, mas segundo a família, ele vivia de aparências. 

"Na igreja ele orava, fazia um monte de coisa, abençoava, fazia o testemunho, mas quando chegava em casa, ele se transformava. Sempre que chegava da igreja arrumava algum motivo para acabar batendo na minha mãe", disse a filha mais velha da vítima.

De acordo com a Polícia Civil, o suspeito foi autuado em flagrante pelo crime de violação de domicílio e vias de fato, e assim que receber alta médica, vai para o presídio. Sobre o disparo contra o homem que estava desarmado, a Polícia Militar informou que quando a equipe chegou na residência ouviu gritos e viu um homem na varanda. Em seguida foi dada ordem de parada e o suspeito se deitou no chão, mas quando a vítima abriu o portão, ela foi agarrada pelos cabelos e por causa do risco à vítima foi necessário efetuar o disparo.

* Com informações da repórter Jéssica Cardoso, da TV Vitória/RecordTV

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