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Polícia descobre laboratório utilizado para falsificação de documentos no ES

Um homem e uma mulher confeccionavam Carteiras de Identidade e CNHs para traficantes capixabas e de outros Estados, usando dados de pessoas inocentes

Marcelo Pereira

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução TV Vitória

A Polícia Civil fechou um laboratório de documentos falsos que funcionava em uma casa no bairro Novo México, em Vila Velha. Um homem de 27 anos e uma mulher de 25, foram presos. Com eles, foram apreendidos computadores, uma impressora e papéis muito semelhantes aos originais usados para produção de documentos. 

A estrutura utilizada pelos criminosos está avaliada em mais de R$ 20 mil. A ação policial aconteceu no último dia 9 de junho. As informações foram detalhadas em uma coletiva de imprensa, na tarde desta quinta-feira (23).

As investigações apontam que os detidos são suspeitos de participarem de uma organização criminosa que confeccionava documentos falsos como: Carteiras Nacional de Habilitação (CNHs) e Carteiras de Identidade. A documentação falsificada era feita para criminosos com mandados de prisão e que estão fora do Estado.

Reprodução TV Vitória
Reprodução TV Vitória

Os agentes do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), em ação conjunta com a Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC), chegaram até o local após seis meses de investigação. 

Eles descobriram que o casal produzia documentação para traficantes do Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. 

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Nos 26 documentos falsos encontrados, os dados eram de pessoas honestas, cidadãos comuns que não possuíam registros criminais. Mas as fotos usadas, segundo a Polícia, eram de traficantes. 

De acordo com o perito criminal da Polícia Civil, Gabriel Alípio, a qualidade da falsificação encontrada no material apreendido estava muito elevada. Só seria possível analisar que eram falsos usando uma técnica específica de exposição a um artefato luminoso. 

Foto: Reprodução TV Vitória
O perito criminal Gabriel Alípio disse que a qualidade da falsificação no material era muito elevada

"Quando se passa a luz negra nos itens de segurança dos documentos falsificados você encontra tons azulados e nos originais, os tons são esverdeados. Foi o que foi constatado neste caso", apontou. 

O delegado Gabriel Monteiro explicou como era feita a falsificação. "Criminosos com mandados de prisão oriundos aqui do Estado, e que estão foragidos em outros Estados, encaminhavam para os falsificadores as suas fotos 3x4 e essas fotografias eram inseridas nos documentos com os dados de outras pessoas. Assim, esses indivíduos ganhavam nova identidade e 'nasciam de novo', detalhou. 

Com essa nova identificação, por exemplo, os foragidos podiam passar tranquilamente por blitze e operações policiais sem serem detidos. 

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O delegado Gabriel Monteiro diz que as investigações vão permitir saber qual a origem do papel usado nas Carteiras de Identidade e CNHs falsas 

O homem detido, de acordo com a Polícia Civil, já tinha passagem por extorsão mediante sequestro. A mulher tinha um mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas em São Paulo. Eles foram autuados por organização criminosa, falsificação de documento público, recepção e maquinário ilícito.

Os agentes irão investigar também a origem do papel utilizado nos documentos. "Trabalhamos com duas hipóteses: a primeira é que o papel seja original e iremos saber como esse material está chegando nas mãos desse criminoso. A outra é que o papel não seja original e vamos procurar saber como eles conseguem produzir um material de tanta perfeição". 

O delegado garantiu que as investigações vão continuar para descobrirem se há participação de outras pessoas no esquema criminoso. 

* Com informações da repórter Milena Martins, da TV Vitória/Record TV

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