Polícia

“Nós não temos segurança das instalações", diz sindicato sobre arrombamento da DPCA

Em menos de três anos 10 delegacias e dois batalhões da PM foram arrombados no Estado

A delegacia foi arrombada no final de semana / Foto: Reprodução TV Vitória

Depois de suspender o funcionamento, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) voltou a funcionar nesta terça-feira (10). A unidade foi arrombada no último final de semana. Com o crime, subiu para 12 o número de ocorrências desse tipo no estado em menos de três anos.

A delegacia fica em Jucutuquara, Vitória, e recebe em média 200 atendimentos por mês. Além de maus tratos, são casos de ameaça e abuso sexual. Geralmente, familiares e vítimas chegam tão fragilizados quanto o próprio prédio da DPCA.

Rachaduras, mofos, infiltrações, cabos e fios elétricos expostos. Em maio de 2017, a Rede Vitória denunciou a insatisfação do sindicato dos policiais civis, a partir de uma vistoria feita no prédio. Os problemas eram observados já do lado de fora da delegacia.

A DPCA, diante de tanta fragilidade, virou alvo para a ação de bandidos. No fim de semana arrombadores invadiram o local pelos fundos, forçaram a grade, quebraram a janela e usaram um pé de cabra para arrombar o cofre e furtar três metralhadoras usadas pelos policiais. Uma operação foi montada pelas Forças de Segurança do Estado para tentar recuperar o armamento levado. O sindicato dos policiais reclamou da situação do prédio.

“Nós não temos segurança das instalações físicas. A realidade é essa. Isso se reflete em prejuízos para a sociedade capixaba, porque se a polícia não proporciona nem segurança a ela mesma, quem dirá a sociedade”, destacou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Jorge Emílio.

A mesma delegacia foi arrombada em 2015. Bandidos levaram duas metralhadoras calibre ponto 40, uma escopeta calibre 12, quatro coletes à prova de balas e dois uniformes femininos da Polícia Civil. Parte do material foi recuperada. “Deveria ter uma segurança orgânica da instalação policial. Infelizmente não tem. Já que não tem ninguém, deixar as armas acomodadas na delegacia sem ninguém tomando conta, sem ninguém vigiando é dar sorte para o azar”, disse o presidente do sindicato.

Jorge Emílio informou que, em menos de três anos, 10 delegacias e dois batalhões da Polícia Militar estiveram na mira de bandidos no Espírito Santo. “Isso demonstra que existe um caos na segurança pública”, afirmou.

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