Polícia

PF combate o tráfico de drogas via portos do ES e de mais dois estados

De acordo com os investigadores, o grupo criminoso envia a droga para a Europa por meio de contêineres transportados em navios de carga.

Redação Folha Vitória

A Polícia Federal cumpre 15 mandados de prisão preventiva na manhã desta segunda-feira (09), com o objetivo de desarticular uma quadrilha especializada em tráfico transnacional de drogas que utilizava-se do modal marítimo para cometer o crime.

Segundo a PF, para cumprir os mandados da ação, batizada de Antigoon, aproximadamente 100 policiais federais estão nas ruas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo.

O nome dado a ação, diz a PF, é uma referência a uma lenda sobre a origem do nome da cidade de Antuérpia, principal destino da droga na Europa. Segundo a lenda, um gigante chamado Antigoon cobrava valores de quem atravessasse o rio Escalda e cortava uma das mãos daqueles que se recusassem a pagar. "Antigoon foi morto por um jovem chamado Brabo, que cortou a mão do próprio gigante e atirou-a ao rio. Daí o nome Antwerpen; do holandês hand (mão) e wearpan (arremessar)", explica a PF.

A investigação que deu origem à operação começou a cerca de um ano e teve apoio da Receita Federal. De acordo com os investigadores, o grupo criminoso envia a droga para a Europa por meio de contêineres transportados em navios de carga.

Ao longo da apuração, a PF apreendeu cerca de 4 toneladas de cocaína em portos brasileiros e em outros países. No exterior, como resultado da investigação, foram apreendidas cargas de drogas nos portos de Antuérpia, na Bélgica; Gioia Tauro, na Itália e Valência, na Espanha.

As apreensões no exterior foram possíveis por meio da utilização dos institutos de cooperação policial internacional para a difusão do conhecimento aos demais países. "Tal cooperação deu-se através dos Adidos Policiais da PF no exterior, bem como dos representantes das polícias estrangeiras que atuam no Brasil", diz a PF.

Apreensões anteriores

Em janeiro deste ano, a Guarda Portuária apreendeu 23 malas com 552 quilos de cocaína no total, num dos terminais do Porto de Santos, no litoral de São Paulo. Dois homens que manobravam uma carreta-contêiner carregada com as malas de droga foram presos.

Levados à Delegacia da Polícia Federal (PF), eles negaram-se a revelar a origem ou o destino do entorpecente. A PF ainda investiga se as bagagens de cocaína chegaram em algum navio ou seriam embarcadas para o exterior. De acordo com a polícia, os funcionários da Central de Monitoramento estranharam as manobras da carreta-contêiner no terminal da margem esquerda (Guarujá) do Porto de Santos.

Já em dezembro do ano passado, a Polícia Federal apreendeu mais de 250 quilos de cocaína que seria exportada para a Europa. A droga estava distribuída em 230 tabletes armazenados dentro de um contêiner carregado de milho e armazenado em um galpão, em Vila Velha. Entre os sete detidos pela Polícia Federal, está Elio Rodrigues, suspeito de envolvimento no caso do helicóptero apreendido com 443 quilos de cocaína, em novembro de 2013, em uma fazenda de Afonso Cláudio, no Espírito Santo. Na mesma operação, a PF prendeu o presidente eleito da Desportiva Ferroviária no ano passado, Edney José da Costa, suspeito de envolvimento no tráfico de drogas.

De acordo com a Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal, o carregamento de cocaína foi avaliado em mais de US$ 17 milhões. "Esse contêiner saiu da área onde fica armazenado, passou pelo scanner e, ao invés de entrar no terminal, foi desviado para um galpão em Vila Velha. No local, houve a ruptura do lacrem, a colocação da droga e a nova lacração com o lacre clonado", afirmou, na época, o chefe da Delegacia, Leonardo Damaceno.

Em outubro do ano passado, o Serviço de Vigilância e Controle Aduaneiro (Sevig) da Alfândega da Receita Federal do Brasil apreendeu 184 quilos de cocaína no Porto de Capuaba, em Vila Velha. O carregamento seguiria para Portugal.

A droga foi encontrada durante inspeção física de cargas destinadas à exportação, em procedimento rotineiro de vigilância e controle aduaneiro. A droga estava escondida em um contêiner que já estava embarcado em um navio de cabotagem, com destino ao Porto de Santos, onde ocorreria o embarque para o exterior.


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