Polícia

Caso Milena Gottardi: ex-marido e cinco denunciados vão a júri popular

Decisão por júri popular foi publicada na tarde desta segunda-feira (13) e era esperada por amigos e familiares da médica assassinada em setembro de 2017

Andreia Soares

Redação Folha Vitória
Marido e sogro da médica estão entre os denunciados

Os seis denunciados pela morte da médica Milena Gottardi vão a júri popular. A decisão é do juiz Marcos Pereira Sanches, da 1ª Vara Criminal de Vitória. 

Segundo o documento que determina o júri, Hilário Antônio Fiorot Frasson, Espiridião Carlos Frasson, Valcir da Silva Dias, Hermenegildo Palauro Filho e Dionathas Alves Vieira são acusados de cometer o crime por motivo torpe, enquanto Bruno Rodrigues Broetto teve participação na morte de Milena "mediante recurso que dificultou a defesa da vítima".

O documento cita ainda que, embora Hilário, Esperidião, Hermenegildo, Valcir e Bruno tenham negado a participação no crime, Dionathas confirmou, durante os interrogatórios, ter matado a médica após promessa de pagamento da quantia de R$ 2 mil depois de conversas com Hermenegildo e Valcir, iniciadas cerca de dois meses antes.

O júri popular era esperado por amigos e familiares de Milena Gottardi, assassinada em setembro de 2017, quando saía do Hospital Universitário, em Vitória, onde trabalhava.

A data do julgamento ainda não foi definida porque há prazo para recurso da defesa. Só após esgotar todos os recursos, é que o juiz poderá marcar o júri popular.

A defesa de Valdir da Silva Dias informou que só vai se manifestar após recebimento da intimação. 

Por telefone, o advogado de Hermenegildo informou que não ficou surpreso com a decisão. "Infelizmente nossa legislação penal permite ao juiz mandar o réu para o júri popular mesmo havendo dúvidas quanto a autoria do crime. Temos certeza de que tudo será esclarecido. Meu cliente é inocente. Estamos pensando em recorrer. Vou conversar com ele, assim que for intimado, para poder decidir sobre esse recurso", declarou David Passos. 

O advogado de Dionathas Vieira e Bruno Broetto lamentou que a decisão judicial tenha mantido nos autos do processo, o que chamou de "prova colhida de forma ilegal" e o fato de Bruno, réu primário ser mantido preso e agora, encaminhado à julgamento pelo júri popular pelo fato de ter “intermediado a entrega de uma moto supostamente irregular ao seu cunhado”. "Essa decisão, com todo respeito, é um abuso, uma ilegalidade e um risco não só ao Bruno mas a todos nós que podemos amanhã, por um acaso da vida, estar em uma situação similar a essa, disse o advogado Leonardo da Rocha de Souza.

No caso de Dionathas, o profissional segue dizendo que a decisão "é o reconhecimento pelo juiz responsável da efetiva e relevante colaboração do Dionathas para o esclarecimento e responsabilização daqueles que cometeram este crime bárbaro, o que não exclui a sua responsabilidade nesta trama criminosa, responsabilidade essa que será avaliada e julgada pelo conselho de sentença do júri popular de Vitória". 

A reportagem do jornal online Folha Vitória também fez contato com a defesa de Espiridião Frasson, que preferiu aguardar intimação para só então, se manifestar. 

A defesa de Hilário Frasson ainda não retornou nosso contato. 

O advogado da família de Milena Gottardi, Renan Sales se manifestou no fim da tarde desta segunda-feira (13). Segundo ele, as provas contidas nos autos revelam que os seis acusados foram os responsáveis pelo feminicídio de Milena. Sales também disse acreditar que, embora aleguem inocência, não deve haver recurso contra a decisão sobre o júri popular, uma vez que todos estão presos e queiram que o julgamento ocorra o quanto antes. "Acreditamos que a maioria dos acusados receberá condenação perto da pena máxima, ou seja 30 anos de reclusão", declarou Renan Sales.

No início do mês a Justiça negou, mais uma vez, o pedido de liberdade feito pelas defesas dos seis réus do caso Milena Gottardi.

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