Polícia

'Precisei passar por isso para ver que ele não tem jeito', diz esposa que teve casa incendiada em VV

Segundo ela, está convencida que não volta mais a conviver com ele e até pediu uma medida protetiva na Delegacia da Mulher

Foto: Reprodução / TV Vitória

A auxiliar de serviços gerais que teve a casa incendiada após uma discussão com o marido, que é motoboy, está abalada com tudo o que aconteceu. Segundo ela, está convencida que não volta mais a conviver com ele e até pediu uma medida protetiva na Delegacia da Mulher.

Transtornada, ela conversou com a equipe de reportagem da Rede Vitória e ainda chora ao lembra o estado em que ficou a casa. A residência foi construída com o dinheiro de uma rescisão de um antigo emprego dela. "É muito triste ver como ela ficou agora. Não consigo nem explicar a dor que estou sentindo neste momento", lamentou.

A vítima ainda disse que a discussão começou por causa de uma dança. "Eu estava dançando com a menina na festa e ele não gostou, pois disse que me chamou para dançar e eu não quis. Foi aí que ele me deu uma mordida forte na boca. Eu dei um tapa na cara dele e a partir dai começou as agressões. Ele tem esse negócio de ciúmes, que eu não posso fazer isso ou aquilo", disse.

A jovem também afirmou que o motoboy tentava regular o estilo de vida dela. "Ele sempre foi de tentar controlar meu estilo de vestir, o lugar que eu vou. Ele tentou, mas eu não deixava e isso deixava ele pior do que já era. Tivemos muitas conversas e parecia que ele tinha concordado. Agora eu precisei passar por isso para eu ver que ele não tem jeito", disse.

Segundo informações da Polícia Militar, a mulher contou que estava em uma festa com o marido na noite do último sábado (20), e que após ingerir bebidas alcoólicas, ele teria ficado agressivo e a atingiu com chutes e socos. Os militares disseram que, com medo, a vítima teria ido dormir na casa de um parente no mesmo bairro, e durante a madrugada, ela foi informada pelo próprio marido que ele havia colocado fogo na residência onde moravam.

O motoboy, enfurecido, pegou a moto e seguiu em direção à residência do casal, que foi construída com o dinheiro de uma rescisão de um antigo emprego da esposa. Dentro de casa, que fica no bairro Primeiro de Maio, em Vila Velha, ele ateou fogo e as chamas destruíram tudo. "Acordei com o barulho e pensei que o casal estava dentro. Liguei para o Corpo de Bombeiros e entrei em pânico", disse a servidora pública Elizete dos Santos, vizinha da residência.

Após colocar fogo na casa, o motoboy foi até a residência da mãe e do padrasto da companheira, relatando o que havia acabado de fazer. "Ele chegou e falou para a sogra que colocou fogo na casa e estava queimando. Depois ele disse que apagou", contou o aposentado Paulo Márcio dos Santos, padrasto da esposa do motoboy.

Três casos

Este foi o terceiro caso parecido registrado pela polícia na Grande Vitória, em pouco mais de um mês. No final de setembro, em Laranjeiras, na Serra, uma casa alugada foi destruída durante um incêndio. De acordo com a proprietária do imóvel, as chamas começaram em um quarto. O responsável pelo incêndio seria o marido da inquilina, que teria colocado fogo em uma trouxa de roupas que estava em cima da cama. Não houve feridos.

O outro caso ocorreu dias antes, em Jardim Tropical, também na Serra. A polícia concluiu que um homem, de 39 anos, tentou matar a mulher, de 36 anos, por ciúme. As investigações apontaram que o cadeirante André Luiz dos Santos usou solvente, um tipo de combustível inflamável, e um isqueiro para atear fogo na diarista.

A vítima Marciane Pereira dos Santos teve queimaduras de terceiro grau em mais de 40% do corpo e precisou amputar uma das pernas. Ela continua internada em um hospital do município. O cadeirante foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado, além de furto.

No caso ocorrido neste domingo, o suspeito fugiu. A mulher dele esteve nesta na delegacia de Vila Velha, onde pediu medida protetiva contra o motoboy. Segundo a assessoria da Polícia Civil, o suspeito ainda não foi detido. O caso segue sob investigação pela Delegacia Especializada da Mulher de Vila Velha.


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