Polícia

Mãe de recém-nascido abandonado em Cariacica diz que achava que bebê estava morto

Ela foi levada para prestar depoimento na DPCA, na manhã desta quarta-feira, mas não será presa, pois sofre de transtornos psicológicos

A mãe do recém-nascido abandonado no bairro Oriente, em Cariacica, na última sexta-feira (07), foi localizada pela polícia, na Serra, e levada para prestar depoimento na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), na manhã desta quarta-feira (12). À polícia, ela contou que teve o bebê dentro do cemitério e o abandonou porque achou que ele tivesse morrido.

De acordo com o titular da DPCA, delegado Lorenzo Pazolini, a mulher, que não terá a identidade revelada, é formada em pedagogia, tem 38 anos e dois filhos, uma de 18 e o outro de 17 anos. Um material de DNA já foi colhido para comprovar que ela é realmente mãe do recém-nascido abandonado.

Ainda segundo o delegado, a mulher sofre de transtornos psicológicos e, por isso, não poderá ser presa, mesmo tendo cometido um crime ao abandonar o bebê. Ela foi considerada incapaz pela Justiça em fevereiro de 2003 e, atualmente, vive sob os cuidados de uma prima.

"Pelo fato dela ser absolutamente incapaz, ela vai estar submetida a uma medida de segurança. Então não foi realizada a prisão da investigada. Ela pode estar sujeita, por exemplo, a ficar em um hospital de custódia ou alguma outra medida no sentido do tratamento, de auxiliá-la mesmo. Pelo fato de ser absolutamente incapaz, ela não cometeu o crime de forma voluntária, ou seja, ela não tinha consciência plena do que fazia", destacou Lorenzo Pazolini.

Parto

Em depoimento, a mulher contou que, na última sexta-feira, foi ao cemitério no bairro Oriente, em Cariacica, para visitar o tumulo do pai, que morreu há três anos. No entanto, enquanto estava no local, ela começou a sentir fortes contrações. 

Sem ninguém no local, ela realizou o parto sozinha. Como ela acreditava que a criança havia morrido, colocou ela dentro de uma sacola e a deixou na calçada.

Ao saber que o recém-nascido está vivo, ela se emocionou na delegacia. No entanto, segundo o delegado, a criança será encaminhado para o acolhimento institucional.

Estupro

O pai da criança, segundo a mãe, mora em Belo Horizonte (MG). Segundo Lorenzo Pazolini, ele pode responder por estupro de vulnerável, já que a mulher possui transtornos psicológicos. A investigação sobre o suposto estupro será conduzida pela Delegacia da Mulher da Serra.

"Essa criança, na verdade, é fruto de um estupro, porque a mãe é uma cidadã absolutamente incapaz para os atos da vida civil. Desde fevereiro de 2003 ela já havia sido interditada pelo poder judiciário", destacou o delegado.

Ainda segundo Pazolini, a prima da mãe do bebê demonstrou interesse em adotar a criança, que segue internada no Hospital Infantil de Vitória, mas deve receber alta nos próximos dias. Após sair do hospital, ela será encaminhada para o acolhimento institucional.

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