Polícia

Criança era oferecida para sexo pelos próprios pais em troca de comida e presentes no ES

O suspeito de cometer os abusos, um operador de empilhadeira de 40 anos, que é primo distante da menina, de 11, foi preso em Viana

Um operador de empilhadeira de 40 anos foi preso em Viana, na tarde de segunda feira (21), suspeito de abusar sexualmente de uma menina de 11 anos. Segundo a polícia, a criança era usada como uma espécie de "moeda de troca" pelos próprios pais, que recebiam alimentos e presentes do suspeito e, em troca, permitiam que ele tivesse relações sexuais com a menina.

Ainda de acordo com a polícia, o operador de empilhadeira é um primo distante da vítima. A menina, hoje com 12 anos, contou à polícia que os abusos começaram no final do ano passado, mas o caso só chegou ao conhecimento da polícia em janeiro deste ano. Um laudo do Departamento Médico Legal (DML) comprovou o estupro.

A vítima é a mais velha de quatro irmãs - as demais crianças têm 9, 7 e 2 anos. Segundo o titular da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA), delegado Lorenzo Pazolini, os pais são dependentes químicos, estão desempregados e vivem em situação de extrema pobreza. 

Em janeiro, o pai, alcoolizado, acertou a cabeça da menina com uma panela e a agressão virou caso de polícia. A família foi para a delegacia e a assistência social do município foi acionada. A garota foi afastada da família no mesmo dia e levada para um abrigo. 

"Os pais são dependentes químicos, então as crianças ficavam sozinhas. A partir daí então foi determinada a destituição do poder familiar e essas crianças foram levadas para um abrigo", contou o delegado.

Com o tempo, ela contou para as assistentes sociais que havia um primo distante, que levava ela e as irmãs para a casa dele nos fins de semana e a violentava. 

"Essa investigação teve início a partir de uma agressão física, no final de janeiro deste ano. Essa jovem foi agredida com uma panelada na cabeça pelo pai. Ela então foi conduzida à delegacia de polícia e, a partir daí, com a sua oitiva e, sobretudo, com os relatórios de acompanhamento psicossocial, veio à tona toda essa série de abusos que ela vinha sofrendo. E ela relatou que esses abusos sexuais aconteciam com a concordância dos próprios pais", ressaltou Pazolini. 

Ainda de acordo com as investigações, mesmo depois de a menina ter sido levada para o abrigo os estupros continuaram. 

"Ainda assim, dentro do abrigo, havia tentativas e uma dessas crianças foi abusada, mesmo depois de ser abrigada. Isso porque a família permitia que o abusador se aproximasse da criança", frisou o delegado.

O delegado explica que o suspeito era impedido pela Justiça de entrar no abrigo, mas os pais buscavam a garota e levavam para o primo. A violência só cessou quando os pais também foram proibidos de visitar a criança.

"Esse abusador, além de pequena quantia em dinheiro, também entregava aos pais presentes, algum tipo de roupa, aparelhos eletrônicos e até mesmo alimentos. Então isso fazia com que os pais permitissem que a criança fosse abusada em troca de uma vantagem", afirmou o delegado.

Em depoimento, os pais confirmaram que deixavam as filhas com o suspeito, mas alegaram que desconheciam os abusos contra a mais velha. Já o operador de empilhadeira afirmou que apenas buscava as crianças para leva-las à igreja. Ele foi autuado por estupro de vulnerável.

De acordo com a polícia, outro inquérito investiga se outras duas meninas, a de 9 e a de 7 anos, também sofreram algum tipo de abuso. Segundo Lorenzo Pazolini, as crianças seguem no abrigo. Já os pais serão indiciados por omissão.

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