Polícia

Empresários e executores são presos pelo assassinato de advogado em Cachoeiro

O inquérito policial que apurava o caso foi concluído e encaminhado para a Justiça, que decretou a prisão preventiva dos envolvidos nesta segunda-feira (14)

Nesta segunda-feira (14), a Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Cachoeiro prendeu os quatro envolvidos no assassinato do advogado Fernando da Costa Ghio, de 35 anos, ocorrido no dia 14 de julho. Dois empresários, apontados como os mandantes, e os dois executores, tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça.

Foram presos os empresários do ramo de jóias, os irmãos: César Junior Almeida dos Santos, de 29 anos, e Anderson Cleyton Fardim, de 36 anos; os executores Leonardo Prett Porto, de 40 anos, e Creison Robeiro da Silva, de 31 anos. Todos eles foram encaminhados para o CDP de Cachoeiro.

Um quinto envolvido no caso teve o pedido de prisão negado pela Justiça e o nome não foi revelado pela Polícia Civil. Nas investigações, é apontado por ter ordenado a morte de um dos empresários envolvidos no crime. 

"Não queremos esconder nome de ninguém. A Justiça entendeu que não é cabível a prisão dele, porque o crime que ordenou não foi iniciado. Para a maioria da doutrina brasileira, o crime só passa a ser punível a título de tentativa, a partir do momento em que é praticado o primeiro ato de execução", ressalta o delegado, Guilherme Eugênio, responsável pelo caso.


Crime encomendado

Segundo a polícia, esse profissional liberal prestava serviços para o César. "Em depoimento, ele contou que o Fernando pediu R$ 30 mil para a execução do crime. Depois disso, o Fernando contratou o Leonardo para a execução do serviço, que no caso, a morte do César Junior. Fernando  teria prometido R$ 15 mil pela morte do empresário. O executor expressamente assumiu o compromisso com o Fernando de executar o César, mas afirma que nunca pretendeu a morte do César", explica o delegado.

A negociação se arrastou por algum tempo, e em um determinado momento, os irmãos tomaram a decisão de repelir a ameaça. "Em momento nenhum procuram a polícia, e então contrataram Creison", continua.

No dia anterior ao crime, houve uma ligação de Anderson para o Creison, mas a polícia não conseguiu identificar o teor da conversa. "Não sabemos até que ponto mentem ou não. Junto com os irmãos e o Creison, Leonardo liga para Fernando, que estava fazendo uma ultrassom do único e primeiro filho. Ele abandona o procedimento e sai", explica.

Eles marcaram o encontro no trevo que dá acesso à Rodovia do Contorno. "Os irmãos levaram os executores até o local em uma caminhonete L200, de cor prata. Eles contaram que não sabiam que o Creison portava uma arma. Eles só queriam dar um susto no Fernando", conta o delegado.

No local marcado, Leonardo e Creison entraram no veículo de Fernando. "Com a arma na cabeça, Fernando passa a seguir o rumo ordenado. Os irmãos, que estavam na caminhonete, tentaram fechar o veículo do Fernando. Nesse momento, a vítima começou a brigar, e percebendo o fim que teria, soltou o volante e acelerou o carro, tentando tomar a arma, e o Creison disparou contra sua cabeça", conta.

Os irmãos alegam que o atirador atirou por acidente. A motivação do crime não ficou clara para a Polícia Civil. "O profissional liberou confessou que mandou matar o empresário, porque não queria mais trabalhar para ele, e estava se sentindo ameaçado. Chegamos a cogitar que pudesse ser uma dívida, mas não conseguimos comprovar. Esse profissional conta que o César sonegava muito imposto, tinha prática tributária inadequadas e ele não podia compactuar com isso", finaliza o delegado.


OAB-ES acompanha caso

Fernando não atuava como advogado quando foi assassinado e por isso, a Ordem dos Advogados do Brasil seccional Espírito Santo (OAB-ES) não designou um advogado específio para acompanhar o caso. Mas, desde o dia do crime, o presidente Homero Mafra acompanha e chegou a cobrar, em algumas ocasiões e em público, uma resposta da polícia.

"Desde o primeiro momento, acompanhamos esse lamentável episódio e, vimos o empenho da Polícia Civil. A Ordem vai continuar acompanhado e vai zelar pela regularidade formal do processo, e esperamos que as pessoas que praticaram e participaram desse bárbaro homicídio venham ser punidos", concluiu.

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