Polícia

Quadrilha presa com malas contendo R$ 2 milhões em notas falsas no ES

Em cada mala havia cerca de R$ 500 mil. Quatro suspeitos foram detidos

Foram apreendidos mais de R$ 2 milhões em notas falsas, na manhã desta quinta-feira (31), no Espírito Santo. Três homens e uma mulher, suspeitos de serem os donos do dinheiro, foram presos em Vila Velha pela Polícia Federal.

De acordo com os policiais, eles são suspeitos de formarem uma organização criminosa que oferecia negócios a empresários capixabas. Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas casas dos investigados.

"Uma vítima dessas pessoas que foram presas hoje procurou a Polícia Federal e apresentou uma mala contendo R$ 500 mil em cédulas falsas. Disse que tinha sido vítima de um golpe de estelionatários e recebido esse dinheiro como pagamento da contratação de serviços", disse o delegado da PF, Ramon Almeida.

Segundo as investigações da Polícia Federal, um dos suspeitos se apresentava como assessor parlamentar do senado. Ele oferecia negócios vantajosos aos empresários, que aceitavam as ofertas. Para realizar o serviço, os suspeitos pediam um pagamento adiantado e davam em troca notas falsas.

"Ofereciam uma proposta comercial a empresários, a pessoas ligadas ao comércio, só que exigiam antes do fechamento do contrato uma comissão. Ela variava de R$ 50 mil a R$ 100 mil. Marcavam um encontro, para que no mesmo local a vítima entregasse o valor da omissão e recebesse a mala contendo o dinheiro, que seria o pagamento do contrato", contou o delegado.

Em 30 dias de investigação, a PF acredita que ao menos quatro empresários tenham sido vítimas do golpe. A polícia ainda não sabe de onde vinha o dinheiro falso. Junto com as malas foram apreendidos dois relógios e cartões de visita que um dos suspeitos usava com o nome de Fábio Rezende. 

A princípio, os empresários são vistos pela PF como vítimas, mas como as negociações aceitas eram muito vantajosas, as investigações continuam e os empresários serão ouvidos. "Vamos tentar identificar outros comparsas e principalmente a origem do dinheiro falso. Quem estava falsificando", explicou Almeida.

Segundo as investigações, há indícios de que o grupo seja responsável pela circulação de notas falsas apreendidas no ano passado no Espírito Santo. Os investigados foram presos pela quarta vez. Em 2014, 2015 e 2016 eles já haviam sido presos pelos mesmos crimes. "A investigação acabou fechando todas as brechas possíveis de se dizer que não fez. Inclusive já tem confissão", afirmou o delegado da PF, Marcos Paulo Pugnal.

Os suspeitos vão responder pelos crimes de moeda falsa, uso de símbolo público oficial da casa da moeda, estelionato e organização criminosa. A Polícia Federal vai investigar ainda uma possível prática de lavagem de dinheiro. As penas somadas chegam a 31 anos de prisão.

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