Polícia

Assassinato de médica foi planejado durante um mês, diz advogado do executor

"Foram 30 dias de planejamento do crime. Houve outras oportunidades (de matá-la), mas ele (o executor) não teve coragem. Nessa última vez ele acabou ceifando a vida dela”, contou Souza

O homem suspeito de executar a médica Milena Gotardi Tonini Frasson, de 38 anos, Dionathas Alves Vieira, afirmou que foi um crime de mando. A informação é do advogado de defesa dele, Leonardo da Rocha de Souza. Dionathas está preso desde o último sábado (16) no Centro de Triagem de Viana e recebeu o advogado na última terça-feira (19), quando ele assumiu o caso.

Segundo Souza, durante a conversa que teve com o acusado ele disse que não tinha nenhuma relação com Milena, nem conhecia a médica. Todo o crime teria sido encomendado. “Ele não sabia quem era a pessoa que ele iria executar. Só ficou sabendo no dia. Quem o contratou disse que se acontecesse alguma coisa de errado o ajudaria e até contrataria um advogado, mas não foi isso que aconteceu”, disse o advogado.

Além do homem que seria o executor, mais três pessoas estariam envolvidas no crime. Uma delas é o mandante e outras duas ajudaram Dionathas no dia do assassinato. Tudo estaria sendo planejado há cerca de um mês. “Mais duas pessoas foram junto com ele para ajudar. Foram 30 dias de planejamento e eles chegaram a vir em Vitória outras vezes. Houve outras oportunidades (de matá-la), mas ele não teve coragem. Mas nessa última vez ele acabou ceifando a vida dela”, contou Souza.

O advogado também afirmou ter conversado com o suspeito para que ele abra o jogo a respeito das outras pessoas envolvidas. “Ele está arrependido. Tem consciência de que foi um prejuízo para a vida dele e para a família, já que é pai de uma criança de três anos. Ele está disposto a colaborar ainda mais com as investigações, mas não falou nada sobre o mandante antes por medo de represálias contra ele e a família. Ele está com muito medo”, afirmou.

Sobre a possibilidade de falar sobre os envolvidos, Souza disse que conversou na manhã desta quarta-feira (20) com os responsáveis pela investigação e avisou que ele deseja prestar um novo depoimento. “Ele quer falar. Já avisei ao delegado, mas ele informou que precisa agendar um dia para isso. Estou aguardando para que ele possa ser novamente ouvido. Ele tem que ser ouvido logo para que acabe com essa teoria da conspiração”, destacou.

O dinheiro que seria recebido pela morte da médica, os R$ 2 mil, não foram pagos, segundo o advogado. Desde sábado, quando foi preso, Dionathas não tem contato com ninguém, nem com a família. Após assumir do caso, Souza tentou ter acesso ao inquérito, mas também não teve acesso. 

O crime

A médica foi baleada na última quinta-feira (14), ao sair do plantão no Hospital das Clínicas (Hucam), em Vitória. No dia do crime, ela estava acompanhada por uma colega de trabalho, que pegava carona. Milena foi atingida por um disparo na cabeça, e a colega conseguiu escapar.

A vítima chegou a ser socorrida em estado grave para um hospital particular da capital. Na última sexta-feira (15), a equipe médica confirmou a morte de Milena por edema cerebral difuso (por conta da extensão do dano).

O caso ganhou muita repercussão e a investigação segue sob sigilo. No último final de semana, a Rede Vitória conseguiu confirmar a informação de que dois suspeitos foram detidos. Um deles foi o homem acusado de executar a vítima. Dionathas Alves Vieira está preso no Centro de Triagem de Viana. Ele também responde a outros processos por roubo e até por ameaça a mulher.

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