Polícia

Caso Franciele Aprigio: começa júri popular de acusados de tortura e morte na estrada de Xuri

O crime aconteceu no dia 10 de abril de 2014. Os principais suspeitos são o sindicalista Paulo Roberto, a esposa dele, Luciana, e o enteado, Ariel

Os acusados de torturar e matar a jovem Franciele Aprigio, na estrada de Xuri, em Vila Velha, em 2014, vão a júri popular nesta segunda-feira (25).

Os principais suspeitos do crime: são sindicalista Paulo Roberto, com quem Franciele manteve um relacionamento amoroso, a esposa dele, Luciana e o enteado Ariel.

A família da jovem esteve em no Fórum de Vila Velha nesta manhã. "O coração está apertado e com muita dor e tristeza. Sentimos muita saudade dela e esperamos que a justiça seja feita", disse a mãe de Franciele, Penha Aprigio. 

Após três anos do crime, Penha diz sentir medo. "Eles estão presos, mas a decisão de hoje me deixa com medo. Tenho medo de que eles saiam, porque já teve testemunha sofrendo ameaças, e também tenho medo de que façam a mesma coisa". 

A defesa de Ariel informou que o cliente é réu confesso, e que vai falar da participação no crime, e que a defesa irá pedir uma redução da pena, alegando que ele agiu sob forte emoção. Já o advogado de defesa de Paulo Roberto, Homero Mafra, disse que o cliente nega qualquer participação no assassinado de Franciele e que ele é inocente. Já Luciana, até o fechamento desta matéria, não tinha constituído um advogado de defesa.

Entenda o caso

Franciele, que tinha 20 anos, descobriu que Paulo Roberto era casado, chegou a ser ameaçada pela esposa dele e terminou o relacionamento. No dia 10 de abril de 2014, o sindicalista marcou um encontro com ela na Praça de Jardim Marilândia. ‘Paulinho’, como é conhecido, chegou de carro e a jovem seguiu com ele. Paulo a levou para a região da Grande Terra Vermelha, em Vila Velha. Ao chegarem ao local, Ariel, enteado de Paulo, amarrou e amordaçou Franciele. O carro foi em direção ao bairro Xuri, seguido por um outro veículo onde estava Luciana.

Quando chegaram na estrada de Xuri, os dois carros pararam e os acusados amordaçaram, torturaram e esfaquearam a vítima. Na época em que o crime aconteceu, um médico passou pelo local onde o corpo da jovem estava. Ele ainda tentou socorrer Franciele, mas a vítima acabou morrendo. 

Uma testemunha contou que chegou a ouvir os acusados planejando o crime e, de acordo com ela, desde que o crime aconteceu, recebeu várias ameaças. “Eu os ouvi armando o assassinato. Ele foi até mim e disse que eu não tinha escutado nada. Quando descobri que ela havia sido assassinada, eles me ameaçaram de morte. Disseram que se eu falasse alguma coisa iria morrer, que seria queima de arquivo. Mesmo assim, eu procurei a polícia e contei o que ouvi”, disse a mulher em 2015.

A mulher procurou a polícia e em poucos dias o trio estava preso, mas as ameaças contra ela continuaram. 

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