Polícia

Irmão de Milena diz que Hilário tinha dupla personalidade

Douglas Gottardi e a mãe da médica assassinada, Zilca Maria, falaram com a imprensa pela primeira vez depois do crime

Doze dias depois do assassinato da médica Milena Gottardi Tonini Frasson, de 38 anos, o irmão e a mãe da vítima resolveram quebrar o silêncio e falaram com a imprensa. Eles aproveitaram para agradecer o respeito dos jornalistas ao tratarem do assunto e elogiaram o trabalho e investigação que vem sendo realizado pela Polícia Civil.

O irmão de Milena, Douglas Gottardi Tonini, revelou que o policial civil Hilário Antônio Fiorot Frasson, ex-marido de Milena e apontado pela polícia como um dos mandantes do crime, tinha um comportamento esquisito. Segundo ele, Hilário apresentava dupla personalidade, ou seja, em alguns momentos estava muito feliz e, em outros, bastante fechado, sem sequer conversar com os familiares.

"Eu acho que, no fundo, ela deixava de falar algumas coisas comigo e com minha mãe para poupar a gente do sofrimento. Ela não estava feliz. A gente sempre comentava que parecia que ele [Hilário] tinha uma dupla personalidade. Ou ele estava muito feliz ou muito emburrado", contou.

Mesmo o policial apresentando tal comportamento, Douglas disse que não esperava ver o nome de Hilário associado aos mandantes do crime.

"Ele era meu amigo particular. Até o dia 14 eu o considerava como meu amigo. Em momento algum a família esperava uma situação dessa de uma pessoa que convive com você 20 anos na sua casa, participando de tudo. Então é uma coisa que a gente não tem como imaginar. Inclusive a gente vê que eles estão presos, mas parece mentira", frisou.

Já a mãe de Milena, Zilca Maria Gottardi Tonini, disse que, apesar do sofrimento, tem procurado se manter forte, pensando nas duas filhas que a médica deixou, de 2 e 9 anos.

"Coração de mãe, quando acontece uma coisa dessa, realmente fica despedaçado, é muito difícil. Só que a gente tem fé e temos certeza de que vamos conseguir nos recuperar", ressaltou Zilca.

Guarda provisória

Nesta segunda-feira (25), a família de Milena conseguiu a guarda provisória das duas meninas. O desejo de que as filhas ficassem com a mãe e o irmão foi expresso por Milena em uma carta que ela escreveu cinco meses antes de morrer.

"A preocupação maior era a guarda das meninas. Elas estão felizes de estar com a gente, apesar de tudo que está acontecendo. Isso [conseguir a guarda provisória das filhas de Milena] é um objetivo nosso que, graças a Deus, a gente conseguiu", destacou Douglas.

Os familiares da médica assassinada disseram também que as crianças ainda não sabem que o pai e o avô estão presos. Hilário e Esperidião Frasson são considerados pela Polícia Civil os mandantes do crime. Os intermediários e o executor do assassinato também já foram presos.

Novas diligências

O inquérito policial que investiga a morte de Milena Gottardi ainda não foi fechado. Os advogados da família disseram que possuem mais provas para acrescentar ao processo, que incriminariam os acusados.

O advogado Renan Sales foi até a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na manhã desta terça-feira (26), e conversou com o titular da Delegacia Especializada de Homicídio Contra a Mulher (DHPM), delegado Janderson Lube, responsável pela investigação do assassinato de Milena. 

Segundo Sales, foram pedidas novas diligências no inquérito. No entanto, o advogado preferiu não dar detalhes sobre tais diligências, para não atrapalhar a realização das mesmas.

"As investigações da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual estão tramitando de uma forma brilhante. O trabalho deles é de excelência e continua sendo nesse sentido. Hoje nosso trabalho aqui foi de trazer algumas informações à Polícia Civil e requerer algumas diligências. Conversamos um pouco com o delegado e agora vamos esperar para que essas diligências sejam concluídas", disse o advogado.



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