Polícia

Motorista de carro envolvido em acidente que matou universitária é indiciado por dirigir embriagado

Daniely Tavares dos Santos, de 29 anos, morreu em uma batida na BR 262, em Cariacica, em maio deste ano

O motorista do carro em que estava a universitária Daniely Tavares dos Santos, de 29 anos, vai responder por homicídio doloso - quanto há intenção de matar - e lesão corporal grave e leve. Ranielli dos Reis Seixas, de 33 anos, se envolveu em um grave acidente, no dia 7 de maio deste ano, na BR 262, na altura do bairro Rio Branco, em Cariacica, que resultou na morte da jovem e deixou outras três vítimas feridas - sendo que duas tiveram ferimentos graves.

De acordo com o titular da Delegacia de Delitos de Trânsito, delegado Alberto Roque Peres, que apresentou nesta quinta-feira (28) o resultado do inquérito que apurou o acidente, Ranielli assumiu os riscos ao dirigir sob o efeito de álcool e na contramão.

"Na nossa visão, ele assumiu o risco de produzir os resultados - mortes e lesões - ao ingerir bebida alcoólica e ao entrar na contramão. E ele não se importou com o resultado. Quando percebeu que estava de forma imprudente na contramão, não retornou à via e continuou até tentar um retorno mais fácil, ao invés de fazer o correto, que seria encostar o veículo. Quando eu o indaguei e falei que as duas ocupantes do veículo confirmaram que ele havia feito uso de bebida alcoólica, ele confessa. Porém diz que foi somente uma garrafa", afirmou o delegado.

As duas ocupantes do veículo em que Daniely estavam contaram que, na noite do acidente, os quatro saíram para comemorar o aniversário da universitária. Durante o depoimento, elas afirmaram que todos ingeriram bebida alcoólica durante quase sete horas. Segundo as vítimas, mesmo sob efeito de álcool, Ranielli assumiu a direção do veiculo. 

Segundo a polícia, Daniely, Ranielli e as outras duas mulheres haviam saído de uma boate, de madrugada, e seguiram para casa, quando, ao chegar à BR 262, Ranielli teria errado o sentido da via e seguiu pela contramão. Poucos metros depois, o carro colidiu com outro veículo. A estudante de enfermagem morreu na hora.

"As duas vítimas no veículo tiveram lesões corporais graves, ou seja, além do risco de vida para elas, vão ter sequelas durante vários períodos, que é o que a lei presume para a lesão corporal grave. A passageira do outro veículo que bateu de frente, que é o Ecosport, teve lesões corporais leves, algumas escoriações pelo corpo. Então como as três representaram criminalmente contra o Ranielli, ele vai responder por esses três crimes, com as penas podendo chegar a 31 anos de cadeia", ressaltou Roque Peres.

O inquérito será encaminhado à Justiça, nesta sexta-feira (29), junto com um pedido de suspensão da CNH do indiciado. Além disso, o delegado também quer que Ranielli seja impedido de frequentar bares e boates.

Para o titular da Delegacia de Delitos de Trânsito, a sociedade já deveria estar ciente das consequências que dirigir sob efeito de álcool podem trazer.

"[A combinação de] Bebida e direção causa mortes, causa lesão. Isso não é um acidente. Isso é um crime e esse crime tem que ser punido da forma mais severa possível. São vidas que são desperdiçadas, são pessoas que estão, muitas vezes, inutilizadas, ou seja, debilitadas pelo resto da vida por conta de uma conduta totalmente imprudente, consciente e que demonstra nenhum zelo pela vida do próximo", ressaltou Alberto Roque Peres.

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