Polícia

Polícia Civil faz reconstituição do assassinato de médica em Vitória

Eles estiveram no local onde o crime aconteceu. Segundo o secretário de Segurança, as investigações já estão avançadas

Policiais civis voltaram ao Hospital das Clínicas (Hucam), em Vitória, no último domingo (17), para fazer a reconstituição do assassinato da médica Milena Gottardi Tonini Frasson, de 38 anos. O homem suspeito de ter executado a vítima também participou do trabalho. O crime aconteceu na última quinta-feira (14).

"Esse trabalho tem sido feito sob sigilo, então eu não tenho informação de reconstituição. Eu sei que a polícia tem vindo aqui, colhido informações, juntando elementos que possam chegar a elucidação do crime. A polícia tem sido discreta procurando testemunhas, pessoas que foram envolvidas no atendimento da Milena, tentando compreender o que exatamente aconteceu aqui dentro do Hucam. Todas as linhas de investigação tem mostrado que foi realmente uma execução", afirmou o superintendente do Hucam, Luiz Sobral.

Segundo informações obtidas pela reportagem da Rede Vitória, dois suspeitos de envolvimento no crime foram presos, no último sábado (16), em Fundão. Enquanto o corpo da vítima era velado e sepultado, no mesmo município, policiais civis se empenhavam nas buscas. Além do possível executor, foi localizado o dono da moto utilizada no dia do crime.

Milena foi assassinada a tiros quando deixava o trabalho. Ela seguia com uma amiga para o carro, que estava parado no estacionamento do hospital. Assim que as duas chegaram ao veículo, foram rendidas por um bandido de motocicleta. A testemunha contou que, depois de pedir os pertences, o homem começou a atirar e fugiu sem levar nada.

A médica foi atingida por dois disparos. Um na perna e outro na cabeça. Ela foi socorrida e passou por uma cirurgia delicada. Pouco mais de 24 horas depois, foi confirmada a morte. De acordo com o secretário de Segurança Pública do Estado, a cena do crime sugere que a morte da médica tenha sido encomendada.

Também na manhã desta segunda-feira, ele afirmou com exclusividade para a Rede Record que o crime foi feminicídio. De acordo com ele, o motivo da morte foi por conta de um relacionamento que ela manteve com uma pessoa. 

Ainda segundo informações apuradas pela reportagem, o atirador teria recebido R$ 2 mil reais para executar a médica e usado uma moto emprestada. Para identificar Milena, ele teria recebido a ajuda de uma outra pessoa, que já estava no estacionamento do hospital. Essa pessoa teria indicado qual das duas amigas era a vítima.

O celular do ex-companheiro de Milena foi apreendido pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), responsável pela investigação. O caso segue sob sigilo judicial. Uma comissão foi criada para discutir estratégias de segurança dentro do hospital das clínicas. Policiais militares passaram a acompanhar os horários de troca de turno de funcionários.

"Eles voltaram a fazer uma patrulha aqui. Além disso nós colocamos um carro giroflex para melhorar nos horários noturnos de plantão, e nós temos nove vigilantes que atuam na área do hospital. Esses vigilantes tem uma área de atuação que não compreende todo o conjunto que temos nessa área. Nós vamos para uma reunião com as partes envolvidas no sentido de ações conjuntas que possam maximizar a segurança e a ação desses vigilantes aqui dentro", disse Sobral.

O crime

A médica foi baleada na última quinta-feira (14), ao sair do plantão no Hospital das Clínicas (Hucam), em Vitória. No dia do crime, ela estava acompanhada por uma colega de trabalho, que pegava carona. Milena foi atingida por um disparo na cabeça, e a colega conseguiu escapar.

A vítima chegou a ser socorrida em estado grave para um hospital particular da capital. Na última sexta-feira (15), a equipe médica confirmou a morte de Milena por edema cerebral difuso (por conta da extensão do dano).

Retrato falado

No mesmo dia em que a morte foi confirmada, a Polícia Civil divulgou o retrato falado do suspeito de ter atirado contra ela, e informou que o caso estava sob investigação na Delegacia Especializada em Homicídios Contra a Mulher (DHPM), mas que nenhum detalhe seria divulgado para não atrapalhar o trabalho da polícia.

CRM se solidariza

O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) se solidarizou com a família da médica. Ele classificou o crime como "triste, lamentável, revoltante e inaceitável" e garantiu que manterá a luta, junto às demais entidades médicas capixabas, por segurança para o médico trabalhar. O conselho informou ainda que "insistentemente denuncia a fragilidade do sistema de saúde, o que inclui a falta de segurança para todos: médicos, enfermeiros, pacientes e demais profissionais que atuam nas instituições de saúde".

Enterro

O corpo da médica foi reconhecido por familiares no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, na noite de sexta-feira (15). O velório e enterro foram realizados em Fundão, município onde Milena nasceu e parte da família mora.

Celular apreendido

O ex-marido de Milena teve o celular apreendido pela polícia. O aparelho do ex-companheiro, que é advogado e policial civil, foi recolhido na manhã de sábado (16) pelo titular da Delegacia Especializada em Homicídios Contra a Mulher (DHPM), delegado Janderson Lube, responsável pela investigação do caso.

O delegado esteve no DML de Vitória, por volta das 8h15, juntamente com policiais da Corregedoria da Polícia Civil. Eles chegaram ao local logo depois de finalizado o processo de liberação do corpo da médica. Janderson Lube foi abordado por jornalistas, mas preferiu ainda não falar sobre as investigações.

Presos

Até o último domingo (17), dois suspeitos de envolvimento na morte da médica já estavam detidos. As informações foram confirmadas pela reportagem da Rede Vitória junto à Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).


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