Polícia

Ônibus passa por perícia e familiares liberam corpos de vítimas de assalto em Guarapari

O irmão do pedreiro e o marido da professora estiveram no DML em Vitória

A perícia foi feita no coletivo

No início da manhã desta quarta-feira (22), o ônibus intermunicipal da Viação Alvorada estava estacionado na frente da Chefatura da Polícia Civil, em Vitória. Na escada dele ainda havia marcas de sangue. No vidro da frente, três perfurações provocadas pelos tiros. Peritos recolheram amostras de sangue, digitais e fizeram fotos para identificar o calibre das armas utilizadas durante o assalto.

Todo o material coletado no veículo, inclusive a direção dos disparos e a forma como as perfurações foram feitas, vão ser incluídos no laudo pericial, que deve ficar pronto no prazo de 10 dias.

Também na manhã desta quarta-feira, familiares do pedreiro Anízio Gomes da Silva, de 62 anos, estiveram no Departamento Médico Legal (DML), na Capital. Logo em seguida chegaram também os parentes da professora Denise Fabiane Keng Queiroz, de 49 anos, que também foi vítima.

Os familiares das duas vítimas fizeram a liberação dos corpos. O irmão do pedreiro contou como recebeu a notícia sobre o que tinha acontecido. “A família ficou sabendo através do celular dele, pois pegaram o aparelho e ligaram para a esposa dele para informar a situação. Chegando no local que eu fui perceber a gravidade do que tinha acontecido. Fiquei lá por volta de uns 40 minutos acompanhando”, disse o vigilante João Batista Gomes da Silva, irmão de Anísio.

Walter esteve no DML para liberar o corpo da professora

O marido de Denise, o professor Walter Bezerra Junior, também esteve no DML. A última vez que ele falou com a esposa por volta das 17h46 de terça-feira (21), quando ela entrou no ônibus que a levaria para casa.

“Ela falou que tinha entrado no ônibus e que chegaria em torno de 10 minutos. Eu estava esperando no ponto, em Setiba, quando minha sobrinha que estava com ela no ônibus ligou desesperada falando que ela tinha levado um tiro debaixo do braço e estava mal”, contou o marido da professora.

Assalto

Denise e Anísio são as duas vítimas que morreram após serem baleadas durante o assalto que aconteceu dentro do coletivo, na Rodovia do Sol. O ônibus saiu de Vitória para Guarapari, mas não chegou no destino final.

No meio do caminho dois homens armados, que já estavam dentro do ônibus, anunciaram um assalto. Eles roubaram a arma de um agente da guarda municipal. Um policial reagiu, houve troca de tiros, pânico e correria. Além de Denise e Anísio, outras três pessoas acabaram baleadas. Para o irmão do pedreiro, as mortes poderiam ter sido evitadas.

“A conclusão que eu tiro de tudo isso é que foi uma atitude precipitada do policial, porque o fato já havia sido consumado contra o guarda municipal e ele [o policial militar] não deveria ter reagido. Ele tentou salvar uma vida e acabou tendo duas vítimas fatais e mais pessoas feridas”, relatou João Batista.

Vítimas

João Batista liberou o corpo do pedreiro

De acordo com o marido da professora, Denise fazia esse trajeto de ônibus há quatro anos. Nesse período ela já tinha sido assaltada e presenciado pelo menos outros dois casos de roubos dentro dessa mesma linha. Coincidente, Anísio também já tinha passado por situações como essas. “Não foi a primeira vez com ele. É a segunda vez, eu acredito. Ele já tinha me falado dessa situação na mesma linha”, afirmou o irmão do pedreiro.

Anísio era pedreiro do Cemitério Parque da Paz, em Ponta da Fruta, Vila Velha, e morava em Patura, Guarapari. Ele completou 62 anos há apenas quatro dias. Era casado e deixa um filho. Já Denise, professora do ensino fundamental e médio e também morava em Guarapari. De manhã dava aula no município em que morava e a tarde em um colégio de Balneário Ponta da Fruta. 

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