Polícia

Justiça condena estudante de direito flagrado com mais de meia tonelada de maconha em Cariacica

Bruno Martins Dias de Oliveira, de 26 anos, foi condenado a 12 anos de prisão. O outro envolvido no caso, Bartolomeu Bernardo da Costa, pegou 13 anos

Bruno e Bartolomeu foram presos em julho com mais de meia tonelada de maconha, em Cariacica

O estudante de direito Bruno Martins Dias de Oliveira, de 26 anos, e Bartolomeu Bernardo da Costa, de 28, presos com mais de meia tonelada de maconha, em julho deste ano, em Cariacica, foram condenados por tráfico de drogas. Bartolomeu foi condenado a 13 anos e dois meses de prisão, em regime fechado, além do pagamento de 1.800 dias-multa. Já a pena de Bruno foi de 12 anos e oito meses de prisão, também em regime fechado, mais o pagamento de 1.800 dias-multa.

A decisão é da juíza da 3ª Vara Criminal de Cariacica, Elza Maria de Oliveira Ximenes. A dupla foi detida em flagrante, no dia 13 de julho, no bairro São Geraldo II. Segundo a polícia, o valor total da droga apreendida está avaliado em cerca de R$ 1 milhão.

Polícia encontrou uma grande quantidade de drogas com os acusados

De acordo com a sentença, no dia da prisão dos acusados os policiais civis responsáveis pela operação receberam informações de que uma grande quantidade de droga, oriunda do Paraguai, chegaria ao Espírito Santo para distribuição na Grande Vitória. A partir daí, eles passaram a realizar diligências, no sentido de realizar a apreensão.

Após identificar a rua em que a droga estaria sendo armazenada, no bairro São Geraldo, os policiais se dirigiram ao local e abordaram os denunciados no momento em que eles saíam pela garagem do local. Os policiais perceberam ainda que um terceiro indivíduo fugiu pelos fundos da residência.

Ainda segundo a sentença, no momento em que foi abordado, Bruno jogou um dos seus celulares no chão e pisoteou diversas vezes, para impedir que fossem colhidas provas no aparelho. Após buscas no local, foram encontrados, em um dos quartos da casa, 704 tabletes de maconha, totalizando aproximadamente 550 kg da droga, além de uma balança de precisão e material para embalo.

De acordo com os autos, Bartolomeu receberia R$10 mil de uma pessoa identificada como “Digão” para transportar a droga e, inclusive, teria alugado um apartamento, a pedido do mesmo, que seria utilizado para o armazenamento da mesma. Esse “Digão”, segundo os réus, seria o indivíduo que conseguiu fugir no momento da apreensão. Já Bruno receberia RS 5 mil para ajudar na empreitada.

Segundo a juíza, não há dúvidas de que os denunciados se associaram “de forma estável e permanente” para realizarem o transporte e armazenamento dos 550 kg de maconha da casa, em São Geraldo II, para o apartamento alugado, no bairro Tabajara, também em Cariacica.

“Nesse ponto, registro que o acusado é um estudante de direito, conforme afirmado por ele em juízo, e como sendo um futuro operador do direito, deveria aplicar seus conhecimentos técnicos no exercício da justiça e não para a prática delitiva, o que torna sua conduta ainda mais repugnante”, destacou a juíza, em sua decisão.

A magistrada também justificou sua decisão de manter os réus presos. “Em primeiro lugar, em face da periculosidade social, tendo em vista terem sido presos em flagrante delito com 550 kg de maconha, sendo necessária a prisão dos mesmos para a garantia da ordem pública e paz social. Em segundo, porque em razão da condenação, ganhando a liberdade, há fundado receio de que venham a se evadirem do distrito da culpa, tornando incerta a execução de suas penas. Em terceiro, porque se durante o curso do processo estiveram presos, seria um contrassenso jurídico colocá-los em liberdade provisória, já que condenados, sendo preponderante a execução das penas. Em arremate, porque a sociedade cobra das autoridades uma punição exemplar dos traficantes, não sendo socialmente recomendável a concessão da liberdade provisória aos acusados, especialmente para resguardar a paz social”, concluiu a juíza.

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