Política

Juiz solta ex-secretária do Amazonas suspeita de desvio

Segundo o Gaeco de Amazonas, a Operação Concreto Armado mira uma suposta organização criminosa que se instalou na Secretaria de infraestrutura no período em que Waldívia foi secretária

Redação Folha Vitória

O juiz da 4ª Vara Criminal de Manaus, Glen Hudson Paulain Machado, determinou que a ex-secretária de Infraestrutura do Amazonas Waldívia Alencar deixe a prisão após o término de seu decreto de encarceramento temporário. Ela foi presa na última quarta-feira, 18, alvo da Operação Concreto Armado, que mira desvios de R$ 25 milhões em contratos do Estado. Waldívia deve deixar a cadeia nesta segunda-feira, 23.

Influente, Waldívia passou por três governos no Amazonas - Omar Aziz, Jose Melo e Eduardo Braga. O Ministério Público Estadual dá conta de que ela e seus familiares acumularam 23 imóveis espalhados em vários estados avaliados em mais de R$ 11 milhões. O número de imóveis, no entanto, pode chegar a 40, segundo planilhas encontradas com Waldívia.

O magistrado afirma que "prisão preventiva somente se justifica para resguardar a instrução processual, a aplicação da lei penal, a ordem pública e econômica, cuja aferição há de ancorar-se em fatos concretos presentes no processo, e não apenas em inferências ou suposições abstratas".

"Em detida análise dos autos, constato que as provas colhidas e juntadas nos autos ainda não superaram esta fase, não havendo, por hora, motivo inconteste para ensejar decretação da prisão preventiva", anotou.

Segundo o Gaeco de Amazonas, a Operação Concreto Armado mira uma suposta organização criminosa que se instalou na Secretaria de infraestrutura no período em que Waldívia foi secretária. Diversas apurações do Tribunal de Contas do Estado dão conta da não execução de obras e superfaturamentos de contratos em valores que atingem os R$ 25 milhões.

Segundo dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) - órgão do Ministério da Fazenda que fiscaliza transações financeiras - saques chegam a R$ 1,4 milhão em um período de três anos por parte de Waldívia.

A reportagem está tentando localizar a defesa da ex-secretária. O espaço está aberto para manifestação.

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