Política

Pesquisa aponta que Bolsonaro errou ao ignorar efeitos do Coronavírus

Segundo levantamento qualitativo realizado pelo Instituto FlexConsult, Presidente errou ao se "descolar" de equipe científica durante crise

Foto: Reprodução

Uma pesquisa qualitativa realizada no Estado pelo Instituto FlexConsult entre os dias 28 e 31 de março aponta que a maioria dos entrevistados condena as atitudes do presidente Jair Bolsonaro em relação à crise que envolve o combate ao Novo Coronavírus. Os participantes também apontaram que o governo do Estado tomou medidas rápidas e corretas em relação à pandemia.

A maioria dos participantes, de todas as classes sociais,  aponta que o discurso do Presidente é irresponsável e tem se tornado perigoso, pois é motivo de incentivo para que muitas pessoas ignorem a gravidade do problema.

“Como líder ele tinha que ser o primeiro a apoiar, a colocar iniciativas para que as pessoas se preocupem com elas e com os outros”, disse um dos participantes.

Segundo o responsável técnico do levantamento, o cientista político Fernando Pignaton, o Presidente se descolou da comunidade científica e por isso viu sua base de apoio não concordar mais tanto assim com suas ideias.

"O movimento de buscar de novo as instituições e a comunidade científica não aconteceu só aqui no Espírito Santo. Aconteceu no mundo todo. Os estrategistas do Bolsonaro cometeram erros técnicos e não entenderam esse novo alinhamento mundial. Essa postura negacionista, que deu certo na campanha eleitoral, falhou agora e o Presidente acabou se isolando", analisou o cientista politico.

Quem respondeu às perguntas sobre as ações contra o Coronavírus disse que está preocupado com a economia, desemprego e queda da renda. Por isso o pedido é que o governo federal providencie apoio financeiro as famílias pobres e incentivos às empresas, principalmente as pequenas e médias com a condição de manter o máximo de empregos que puderem.

O levantamento aponta que a minoria que é a favor do discurso do Presidente e que acredita que o Brasil deve voltar às atividades não estão todos ignorando a doença. Mas, via de regra, estão mais focados nos seus interesses. Esses são participantes das Classes A e B.

“A doença é presente sim, mas também a gente tem que pensar pra frente, como vai ficar a economia para todo mundo”, revelou um dos participantes.

Na opinião da maioria dos participantes, a crise do Coronavírus vai influenciar  a próxima eleição presidencial. Assim, o comportamento do Presidente, faz com que ele corra grande risco de não ser reeleito, além de que, entre o grupo total de participantes ocorre um índice forte de rejeição a ele, o que acontece em todas as classes sociais.

Esta é a primeira vez que uma pesquisa qualitativa de crise é aberta para a publicação no Estado, de acordo com o cientista político Fernando Pignaton. Foram recrutados, no período de 28 a 31 de março, 60 participantes pertencentes ao cadastro de recrutados em outras pesquisas qualitativas e abordados por telefone e internet nas principais cidades da Grande Vitória e 15 participantes em cidades-polos de cada uma das regiões Sul, Norte, Noroeste e Central Montanhosa do Estado, totalizando 120 participantes.


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