Política

"Os benefícios são para um país inteiro", diz chef sobre projeto que libera venda produtos artesanais

A opinião sobre o assunto é da renomada chefe brasileira Roberta Sudbrack, que em setembro de 2017, durante o Rock in Rio, teve cerca de 160 Kg de alimentos descartados pela vigilância sanitária

Em tramitação no plenário do Senado, o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 16/2018, que pretende liberar que produtos artesanais com origem animal, como queijos, linguiças e demais embutidos, possam ser comercializados em todo o país a partir de selo estadual deve aumentar a renda de produtores rurais e trazer benefícios para a economia brasileira caso seja aprovado.

A opinião sobre o assunto é da renomada chefe brasileira Roberta Sudbrack, que em setembro de 2017, durante o Rock in Rio, teve cerca de 160 Kg de alimentos descartados pela vigilância sanitária por, supostamente, não estarem de acordo com as normas sanitárias.

Entusiasta da utilização de produtos artesanais em suas receitas, Roberta acredita que a alteração na lei proposta pelo deputado federal Evair de Melo (PP) deve beneficar a todos.

"Os benefícios são para um país inteiro que terá a oportunidade de consumir um produto nacional de grande qualidade, muitas vezes superior ao produto estrangeiro, então do ponto de vista da gastronomia e da comida como um forte elemento da nossa cultura isso é fantástico. Ganha o pequeno produtor que é estimulado a continuar produzindo e gerando riqueza e conhecimento dentro do Brasil. Ganha a nossa combalida economia pois a produção artesanal gera empregos diretos e indiretos. Ganha a sociedade, porque além de um ambiente econômico de mais igualdade entre o pequeno produtor e a grande indústria, permite a melhoria das condições de renda dessas famílias e o seu desenvolvimento. Ganham os órgãos estaduais de controle sanitários porque serão valorizados e portanto poderão exercer melhor e com mais eficiência o seu trabalho, já que por estarem perto do produtor conhecem mais do que ninguém suas histórias, dificuldades e possibilidades", explica.

A chefe acredita também que a aprovação da lei pode ampliar o número de profissionais que trabalham com alimentos produzidos por pequenos produtores de todo o Brasil.

"Toda a base do meu trabalho sempre foi conectada ao pequeno produtor, a um modo de fazer muito particular e artesanal, a um jeito de expressar a brasilidade e a cultura brasileira de uma maneira muito própria. É papel do cozinheiro disseminar essa cultura através desses produtos, desses gestos, desses gostos profundamente brasileiros. Qualquer cozinheiro que pratique uma cozinha dita brasileira têm como dever honrar, utilizar e zelar por esses produtos e esses produtores. Acredito a aprovação dessa lei fará o medo diminuir e isso fará com que mais profissionais se interessem por esses produtos e tenham coragem de estampar esse orgulho em seus cardápios".

Entenda

O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 16/2018 foi aprovado no final de abril na Comissão de Agricultura do Senado. A previsão é que o texto seja votado pelos senadores em breve. A partir daí, se for aprovado, segue para sanção do presidente Michel Temer (MDB).

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