Eleições 2018

Política

Ferraço quer ficar com Casagrande, mas PSDB deve seguir outro rumo

O senador tucano considera coligação com Casagrande a melhor opção para o PSDB. Mas o partido caminha para tornar César Colnago candidato a governador da base hartunguista

Alex Pandini

Redação Folha Vitória
O senador Ricardo Ferraço se movimenta na direção contrária a do partido dele, o PSDB

O processo de formação de chapas e coligações para a campanha eleitoral que se aproxima vai se tornando cada vez mais intenso. Nesta quinta (19), o senador Ricardo Ferraço (PSDB) teve uma conversa com o ex-governador e pré-candidato do PSB ao governo do estado, Renato Casagrande, na tentativa de aproximar os tucanos dos socialistas - uma costura que vem sendo feita desde a desistência do governador Paulo Hartung em disputar a reeleição, há cerca de duas semanas. 

A amarração traria em bloco o PSDB, o PDT e o DEM para o palanque de Casagrande. No entanto, o vice-governador César Colnago entrou firme na briga pelo apoio da base governista ao nome dele como candidato, o que põe por terra a pretensão de Ricardo de definir o rumo do PSDB local.

O deputado federal Sérgio Vidigal (PDT), que também participou do encontro, disse que não foi uma conversa institucional partidária, e sim entre indivíduos. "Já tínhamos essa agenda antes do César manifestar interesse em ser candidato, então mantivemos a conversa, mas, no caso do Ricardo, embora eu veja esse desejo mútuo de ficarem juntos, não há como decidir nada porque ele depende da resolução sobre a candidatura própria do PSDB", disse. 

Já entre o PDT e o PSB, Vidigal afirma que "o diálogo está bem avançado". A expectativa é a de que ambas as siglas caminhem juntas nacionalmente com a candidatura de Ciro Gomes à presidência da república, o que facilitará muito o cenário local. 

Quanto ao PSDB estar junto nessa costura, Vidigal diz que "o PDT não vê problema, desde que a candidatura de Ciro seja apoiada pelos socialistas". O arranjo garantiria o palanque de Alckmin dentro da candidatura de Ferraço ao Senado.

O vice-governador César Colnago (PSDB), que teve o nome alçado à condição de favorito de Hartung depois da desistência do próprio Ricardo e do deputado estadual Amaro Neto (PRB) em aceitar o desafio, segue conversando intensamente. Nas últimas 48 horas, esteve, como confidenciou um assessor próximo a ele, em "assembleia permanente" com os partidos que integram a base governista, visando quebrar as resistências internas a pretensão dele de ser o candidato a governador. Para isso, vai costurando as "pernas" para estadual e federal e, de acordo com algumas fontes do Folha Vitória, tem conseguido seus objetivos. Inclusive, embora Hartung não admita, com a participação efetiva do governador. O anúncio da candidatura estaria prestes a ocorrer.

Se o projeto vingar, não restará a Ricardo Ferraço outra alternativa a não fazer parte da coligação, até por uma questão de fidelidade partidária. Nesse desenho, a coligação teria Ricardo e Amaro para o Senado.

O presidente estadual do PSB, Luiz Carlos Ciciliotti, confirmou que a questão majoritária com o PDT segue a decisão das nacionais, e que a conversa com Vidigal foi no sentido de acertos para as proporcionais. No que diz respeito ao PSDB, "é importante respeitar e não interferir nas questões dos outros partidos".

Tanto César Colnago quanto Ricardo Ferraço não atenderam às ligações do Folha Vitória.

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