Saúde

Benefícios da vacina contra a covid-19 para gestantes supera os riscos

No Espírito santo, quase 48 mil gestantes e puéperas fazem parte do grupo que deve começar a se vacinar na próxima semana

Bianca Santana Vailant

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

Grávidas e puérperas com comorbidades estão incluídas no próximo grupo prioritário da vacina contra a Covid-19. A Secretaria de Estado da Saúde estima que, no Espirito Santo, aproximadamente 48 mil mulheres sejam imunizadas. Mas, ao mesmo tempo que a notícia traz tranquilidade para as mães, também pode gerar dúvidas sobre a segurança dos imunizantes.

Apesar do receio das mamães, a infectologista da Unimed Vitória Ana Carolina D’Ettorres, explicou que as vacinas disponíveis no país são seguras.

“A Coronavac é uma vacina de vírus morto, inativado, então não há vírus capaz de replicar por essa vacina. É uma tecnologia antiga, a mesma usada na vacina contra a Hepatite-B, por exemplo. É uma vacina segura e já aplicada em gestantes, então, o risco de alguma complicação é baixo. A AstraZeneca, da Fiocruz, é feita com adenovírus, que induz a imunidade. Essa pode dar um pouco mais de reação, mas não tem contraindicação por efeitos adversos”, explica a médica.

Além de seguras, segundo especialistas, a vacina tem efeitos colaterais leves. Na avaliação da ginecologista e mastologista Neuzimar Rodolfo Serafim, os benefícios superam os riscos.

“O Plano Nacional de Imunização inseriu inicialmente a vacinação de gestantes e puérperas com fatores de risco, porque com as alterações fisiológicas da gravidez, há uma chance maior de hospitalização por covid-19. Os efeitos colaterais são leves, então não levam risco para o feto”, disse a ginecologista.

Ainda segundo a médica, é importante o acompanhamento com especialistas. “Precisa ter consciência de que não há uma segurança formalizada. Por isso é importante a orientação e acompanhamento do médico”, finalizou.

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Evolução da doença coloca gestantes no grupo prioritário

Em outubro do ano passado, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) publicaram um documento técnico sobre “Imunização na Gestação”, mostrando que a vacina é uma prioridade para o grupo de gestantes e puérperas, assim como para o feto.

“(...) O relato do risco aumentado de agravamento da doença [Covid-19] nas gestantes, torna prioritária a vacina, uma vez disponível, para essas mulheres. Com relação à imunologia no período gestacional e os benefícios para o feto, recém-nascidos e lactentes, sabe-se que os anticorpos da classe IgG atravessam a placenta e podem conferir proteção passiva até aproximadamente os 12 primeiros meses de vida”, diz trecho da análise.

Vacina Influenza é essencial

Enquanto aguarda pela vacina contra a Covid, é vacina contra a Influenza é recomendada para toda gestante em qualquer fase gestacional. A proteção dura em torno de 6 a 12 meses após a aplicação. A vacina é também recomendada para puérperas até 45 dias após o parto, segundo a Febrasgo.

“Importante chamar atenção para a importância da vacina contra a gripe. Para a grávida, a gripe também é uma doença muito grave, que pode até matar. Nos anos anteriores vimos várias gravidas indo a óbito por gripe. Vale ressaltar que deve ser observado o espaço de tempo entre uma vacina e outra de 14 dias”, alerta Ana Carolina.


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