CORONAVÍRUS

Saúde

Covid-19 pode deixar sequelas como fadiga crônica e embolia pulmonar

O médico afirma que aqueles que ficam mais tempo na UTI podem desenvolver sequelas em diversos sistemas, como neuropatias, fraqueza e atrofia muscular, fadiga crônica, alterações de memória e estresse pós-traumático

Foto: Divulgação

O pneumologista Gustavo Prado, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, revela que pacientes que apresentaram quadros mais graves da doença covid-19 e que precisaram ficar internados, são observadas as sequelas provocadas pelo vírus.

O médico afirma que aqueles que ficam mais tempo na UTI podem desenvolver sequelas em diversos sistemas, como neuropatias, fraqueza e atrofia muscular, fadiga crônica, alterações de memória e estresse pós-traumático.

Ele ainda acrescenta, que no pulmão, órgão mais afetado, existe o risco de fibrose pulmonar (cicatrizes deixadas por lesões) e outras complicações que levam à diminuição da capacidade respiratória e da tolerância aos esforços e fazem as pessoas se cansarem facilmente.

Sintomas 

A bióloga Patrícia Ribeiro, 39 anos, conta que teve uma dor de cabeça muito forte e sua garganta também ficou dolorida. Logo depois, ela teve sinusite, parou de sentir cheiros e o gosto dos alimentos e resolveu fazer consulta em uma clínica particular e passou a tomar azitromicina por cinco dias, como recomendado pela médica. O remédio não trouxe melhoras, então ela procurou um hospital e lá, fez uma tomografia, que mostrou 25% de seu pulmão comprometido, e o exame sorológico para detecção de anticorpos, que deu negativo. Um dia depois, fez o teste RT-PCR, capaz de identificar fragmentos do novo coronavírus, e o resultado foi positivo.

Patricia permaneceu isolada em casa, porém, após o tempo determinado de isolamento, a médica falou que a paciente estava ótima. Mas, um mês depois dos primeiros sintomas de covid-19, Patrícia sentiu muitas dores na panturrilha. Ficou internada por dois dias com suspeita de trombose, mas exames descartaram essa hipótese.

"A médica me deu alta. Eu estava tomando anticoagulante, mas depois [da liberação] não tomei mais nada", relata. Após uma semana, ela sentiu dores nas costas, voltou ao hospital recebeu o diagnóstico de embolia no pulmão direito. "Fui para o CTI (Centro de Terapia Intensiva) e fiquei um dia lá, depois fui para o quarto". Passou 8 dias internada e teve uma inflamação gerada pelo acesso usado para a medicação. "Minha taxa de infecção foi lá em cima", destaca.

Apesar de estar bem melhor, Patricia revela que o "pós-covid" foi pior. Ela também conta que ainda se cansa ao andar, mas também obteve melhoras, pois durante a covid-19 não conseguia sair do quarto, tamanha a fadiga.

Patricia agora,  faz acompanhamento com um pneumologista e seguirá tomando anticoagulante por seis meses e diz que ainda precisará se consultar com um cirurgião vascular.

O especialista ressalta que quadros tromboembolíticos, como o de Patrícia, parecem ser mais frequentes em casos de covid-19, se comparados com outras infecções que causam pneumonia viral e podem ser silenciosos.

"Aparecem de forma insuspeita, são diagnosticados ao investigar casos de oxigenação muito baixa provocada pela infecção do vírus. São potenciais agravadores e também podem deixar sequelas", observa.

De acordo com ele, a reabilitação dos recuperados da covid-19 é longa e envolve profissionais de diversas especialidades, como pneumologistas, nutricionistas e fisioterapeutas. "É necessário integrar cuidados para reestabelecer a funcionalidade plena", conclui

*Com informações do Portal R7

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