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Saúde

Por que ainda não existe vacina contra a malária? Entenda!

Segundo a OMS, uma vacina conhecida como Mosquirix (RTS,S), que proporciona parcial proteção contra a malária em crianças, está sendo avaliada na África Subsaariana

Thaiz Blunck

Redação Folha Vitória

Diante do surto de malária no Espírito Santo e em outras regiões do país, todo o cuidado é pouco, principalmente para quem mora em áreas consideradas de risco. No entanto, apesar do número alarmante de casos, ainda não há uma vacina disponível para a doença infecciosa e as medidas de prevenção concentram-se apenas em coletivas e individuais, como o uso de repelentes, mosquiteiros, borrifação intradomiciliar e obras de saneamento. Mas, o que falta para chegar à vacinação? 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma vacina conhecida como Mosquirix (RTS,S) que proporciona parcial proteção contra a malária em crianças,  está sendo avaliada na África Subsaariana como instrumento de controle complementar, que poderia potencialmente ser adicionado ao pacote básico de medidas preventivas, de diagnóstico e terapêuticas recomendadas pela OMS.

Ainda de acordo com a Organização, em julho de 2015, a Agência Europeia de Medicamentos, uma autoridade de regulação farmacêutica rigorosa, emitiu um parecer positivo sobre a vacina. Em outubro de 2015, dois grupos consultivos da OMS recomendaram a aplicação experimental da vacina RTS,S/AS01 em um número limitado de países africanos. As recomendações foram adotadas e a organização demonstrou apoio à realização dos estudos experimentais como passo importante para a primeira vacina contra a malária. 

Em novembro de 2016, a OMS anunciou que a vacina RTS,S começaria a ser usada em projetos piloto em áreas selecionadas em três países da África Subsaariana: Gana, Quênia e Malauí. O financiamento da fase inicial do programa foi garantido e o início da vacinação está previsto ainda para este ano. A OMS destaca que esses projetos-piloto podem abrir caminho para uma utilização mais ampla da vacina, desde que a segurança e a eficácia sejam consideradas aceitáveis.

A infectologista capixaba Mylene Murad destaca que a melhor maneira de prevenir qualquer tipo de doença infecciosa, de fato, é a vacina. No caso da malária, entretanto, outras medidas de controle podem ser eficazes. 

"Como toda a doença infecciosa, a melhor maneira de se prevenir é vacina, porque é muito mais fácil conter. Quando temos epidemia de gripe, por exemplo, você imuniza a população e aí já bloqueia a doença. No caso da malária, não temos vacina, mas temos outras medidas de controle, como o controle do vetor e o tratamento adequado para os pacientes. Eu tenho que quebrar o ciclo de transmissão da doença e para isso eu tenho que tratar os doentes e eliminar o vetor, que é exatamente o está sendo feito no Norte do Estado. O que a gente espera é que como esse mosquito é de zona rural, que ele seja controlado com essas medidas", destaca. 

Prevenção
Entre as medidas de prevenção individual estão: uso de mosquiteiros, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas e uso de repelentes.

Já as medidas de prevenção coletiva contra malária são borrifação intradomiciliar, uso de mosquiteiros, drenagem, pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoramento da moradia e das condições de trabalho e uso racional da terra.

Não existe vacina contra a malária. Algumas substâncias capazes de gerar imunidade foram desenvolvidas e estudadas, mas os resultados encontrados ainda não são satisfatórios para a implantação da vacinação.

Casos

Segundo o novo boletim da Secretaria de Saúde do Espírito Santo, divulgado no início da noite da última quinta-feira (9),  o número de casos confirmados de malária no Espírito Santo subiu para 112. Desse total, 92 casos foram registrados em Vila Pavão e 20 em Barra de São Francisco. Uma morte já foi confirmada por conta da doença.

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