Malária no es

Saúde

Sobe para 80 o número de casos confirmados de malária no ES

Uma pessoa morreu por causa da doença desde os registros dos primeiros casos, em 27 de julho

Subiu para 80 o número de casos confirmados de malária no Espírito Santo, sendo 62 em Vila Pavão e 18 em Barra de São Francisco. Uma morte por causa da doença foi confirmada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

A suspeita, segundo a prefeitura de Vila Pavão, é de que a doença tenha vindo do Norte do país, onde vivem familiares de parte dos moradores. Farmácias do município e região já registram falta de repelentes, em virtude do aumento da procura pelo produto. Como não tem vacina para prevenir a doença, a única forma de proteger é evitando a picada do mosquito.

Nessa segunda-feira (06), a Prefeitura de Vila Pavão decretou situação de emergência em Saúde Pública em razão do surto de malária na cidade. Por conta disso, foi criada a Sala da Situação, com o objetivo de monitorar as ações administrativas de combate à doença.

A medida foi tomada pela Administração Municipal para ampliar as equipes que estão trabalhando no combate e monitoramento da doença.

O decreto, assinado no final da tarde da última segunda-feira (6) pelo prefeito Irineu Wutke, tem validade de 180 dias. Ele autoriza a adoção de medidas administrativas necessárias à contenção do surto, a aquisição pública de insumos e materiais e a contratação dos serviços necessários ao atendimento emergencial à população.

Segundo a equipe que monitora a doença no município, existem focos de malária nas localidades de Conceição do Quinze, Praça Rica, Córrego do Estevão e Córrego Paraíso, no interior do município.

Vila Pavão criou uma força-tarefa para bloquear a doença, com o uso de carros fumacê e orientações à população. Foi montado ainda na cidade, um laboratório que oferece assistência aos moradores com sintomas da doença, além de realizar exames com resultado mais rápido, em cerca de 30 minutos.

A transmissão da malária ocorre pela picada do mosquito Anopheles stephensi, chamado de mosquito prego, que também se reproduz em água parada. Os sintomas são febre seguida de muito suor, calafrios, tremedeira, vômitos e forte dor de cabeça.

A hipótese é que alguém de fora com o vírus inoculado tenha trazido a doença. A força tarefa instalada no município faz um trabalho investigativo para identificar o mais rápido possível caso fonte que espalhou a doença no município.

É a primeira vez que o Espírito Santo registra a forma mais grave da doença. Os municípios de Vila Valério e Ecoporanga montaram uma força-tarefa para bloquear a doença, com o uso de carros fumacê e orientações à população. Em 2017, foram registrados 49 casos de malária no Estado.

Malária
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. A cura é possível se a doença for tratada em tempo oportuno e de forma adequada. Contudo, a malária pode evoluir para forma grave e para óbito.

No Brasil, a maioria dos casos de malária se concentra na região Amazônica, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Nas demais regiões, apesar das poucas notificações, a doença não pode ser negligenciada, pois se observa uma letalidade mais elevada que na região Amazônica.

Sintomas
Os sintomas são febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça,que podem ocorrer de forma cíclica. Muitas pessoas, antes de apresentarem estas manifestações mais características, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.

Toda pessoa pode contrair a malária. Indivíduos que tiveram vários episódios de malária podem atingir um estado de imunidade parcial, apresentando poucos ou mesmo nenhum sintoma no caso de uma nova infecção.

A malária grave caracteriza-se pelo aparecimento de um ou mais destes sintomas: prostração, alteração da consciência, dispnéia ou hiperventilação, convulsões, hipotensão arterial ou choque, hemorragias, entre outros sinais.

Transmissão
A malária é transmitida por meio da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium, um tipo de protozoário. Estes mosquitos são mais abundantes ao entardecer e ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno, em menor quantidade.

A malária não é uma doença contagiosa. Ou seja, uma pessoa doente não é capaz de transmitir a doença diretamente a outra pessoa. É necessário o vetor para realizar a transmissão.

Apenas as fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles são capazes de transmitir a malária. O período de incubação da malária varia de acordo com a espécie de plasmódio.

Prevenção
Entre as medidas de prevenção individual estão: uso de mosquiteiros, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas e uso de repelentes.

Já as medidas de prevenção coletiva contra malária são borrifação intradomiciliar, uso de mosquiteiros, drenagem, pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoramento da moradia e das condições de trabalho e uso racional da terra.

Não existe vacina contra a malária. Algumas substâncias capazes de gerar imunidade foram desenvolvidas e estudadas, mas os resultados encontrados ainda não são satisfatórios para a implantação da vacinação.

Tratamento
No geral, após a confirmação da doença, o paciente recebe o tratamento em regime ambulatorial, com comprimidos que são fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente os casos graves deverão ser hospitalizados de imediato.

O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie do protozoário infectante; a idade do paciente; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; além da gravidade da doença.

Quando realizado de maneira correta, o tratamento da malária garante a cura da doença.

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