Saúde

Transplantados contam como é a vida após receber um novo órgão

No Espírito Santo, recusa familiar é um dos principais empecilhos para o avanço dos transplantes

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Pixabay
De janeiro a agosto de 2019, foram realizadas 86 entrevistas familiares e destas, 47 recusaram a doação para múltiplos órgãos.

Até o início deste mês, 1.216 pessoas aguardavam por um transplante no Espírito Santo. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, este número varia por dia. Seguindo os dados, no estado, 962 pessoas precisam de um rim, 218 de córneas, 31 pessoas precisam de um fígado e outras cinco, de um coração.

Gustavo Mesini, Daniela Alves e Carlos Eduardo Riedel, eles possuem muita coisa em comum, a principal, é saber qual é a sensação de precisar de um novo órgão para continuar vivendo. Agora, a sensação que compartilham é de felicidade, porque a vida continua. É que os três eram pacientes do setor de hemodiálise da Santa Casa de Misericórdia em Cachoeiro. 

Recentemente, os pacientes conseguiram o transplante de rim e voltaram ao hospital para narrar seus depoimentos pós-cirurgia. “É preciso que as pessoas tenham consciência da importância do que é doar um órgão. Hoje, depois da doação eu estou muito bem”, disse Gustavo.

Daniela Alves falou sobre a importância da realização de campanhas de incentivo e conscientização sobre a doação de órgãos e que estava feliz em participar do evento. “Eu gostaria de participar sempre para divulgar mais a causa", contou fazendo referência ao setembro verde, mês de conscientização sobre a importância da doação de ´´órgãos. 

Carlos Eduardo declarou que considera relevante que um hospital do sul do estado passe a realizar transplantes.

A coordenadora da Central de Transplantes do Espírito Santo, Maria Machado, comenta que o índice de recusa familiar no Espírito Santo é o principal empecilho ao avanço dos transplantes, chegando a aproximadamente 60%.

De janeiro a agosto de 2019, foram realizadas 86 entrevistas familiares e destas, 47 recusaram a doação para múltiplos órgãos. “É importante inserir o tema nas discussões em família, para que o assunto seja conversado abertamente entre as pessoas e que seja manifestado aos familiares o desejo de ser um doador”, alertou a coordenadora.


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